quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Blog da Maria: Maria Rita Kehl e a Era das Possibilidades
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Blog da Maria: Deus e o Diabo na Terra do Sol - Eleições 2010BR
sábado, 2 de outubro de 2010
Blog da Maria: Funcho
domingo, 6 de abril de 2008
Síndrome do Fantástico... despedida...
Já deu minha hora e eu não posso ficar...”
(Lenine)
Essa semana, nossa companheira de ArcaMundo despediu-se...
Nos trouxe a história do ArcaMundo, a idéia e o caminho percorrido neste blog.
Aqui, conheci as idéias de Maria Cláudia, com seu olhar crítico sobre o mundo e seu olhar poético sobre a vida. E de Maria Clara, em pequenas e belas manifestações profundamente literárias... Uma lição de poesia e sensibilidade.
Aqui fiz meu encontro com pessoas que a muito não vejo, não escuto. E o fiz de uma maneira maravilhosa, pois pude relatar minhas pequenas idéias, minhas paixões, minhas canções, falar de minha terra, de meu pai, de meu avô. Pude relatar e comentar notícias e fatos.
Mas, eu vim a convite e, ao me deparar com a despedida de Maria Cláudia, entendi que também era momento de despedir-me.
Meus convites se seguirão para outro espaço que, despretensiosamente, batizei de “O Universal Circo Crítico”. As idéias mais globais possíveis, no sentido mais próximo do “pense globalmente, atue localmente”... O Circo, um espaço absolutamente completo, emocionante. O olhar crítico e com sentimentos sobre o universal... Essa é a idéia.
Mas não poderia me despedir sem reconhecer e parabenizar este espaço, as pessoas que aqui passaram, as idéias que admiramos.
Espero, sinceramente, continuar visitando as idéias de meus parceiros de ArcaMundo e, mais ainda, que elas realmente sigam firmes e belas.
Se o ArcaMundo está encerrando suas atividades, não se encerram as idéias... Elas não se apagarão, pois ocuparam nossas mentes e nossos corações.
E, por isso mesmo, não posso me despedir sem continuar desejando: Vida Longa!
A partir desta semana, terei uma nova etapa neste recente aprendizado: http://www.ouniversalcircocritoco.blogspot.com/.
Espero continuar encontrando vocês por lá.
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
segunda-feira, 31 de março de 2008
Começo, Meio e Fim
Que pra gente ouvir
Precisa entender
Que um amor de verdade
É feito canção,
Qualquer coisa assim,
Que tem seu começo,
Seu meio e seu fim...
(Tavito - Ney Azambuja - Paulo Sérgio Valle)
...Essa relação chegou ao fim. Não foi meu amor pela escrita e pelos escritos, também não foi meu amor pelos companheiros do caminho maravilhoso que se iniciou em 2006, na cidade de Goiânia, mas sim esse pedaço da minha estória - ArcaMundo chegou a termo para mim.
Assim como partiu Camila, para a construção de uma nova etapa de vida na Alemanha, agora parto eu, que mesmo já não morando mais em Goiânia seguia contribuindo para a Arca - como carinhosamente a chamávamos.
Arcamundo foi a experiência mais importante dos últimos tempos. Graças a Parrode e Camila tive finalmente coragem de me expor e expor meus escritos. Aqui discorri sobre temas diversos, notadamente aqueles ligados aos sentimentos e à forma de ver e sentir o mundo.
Esse lócus compartilhei anseios, dúvidas, medos e afetos. Aqui tornei público, gritei para o mundo muitas das minhas dores, forjando uma naturalidade, muitas vezes mais desejada que sentida.
Aqui disse, em linhas gerais, como vejo - ou via - o mundo. E de tanto mostrar a todos meu mundo, precisei olhá-lo com mais vagar e atenção.
Assim foi que me recolhi numa casinha no campo, alugada e decorada especialmente para me propiciar mais e mais momentos de contato com meus sentimentos, minha história e meus escritos.
Embora esteja imersa em meu próprio mundo há meses, não tenho compartilhado nem aqui, nem em qualquer outro espaço esse processo. Desculpem, esse foi um tempo e um espaço só meus.
Eis-me aqui. Cabeça erguida, pronta para mais um caminhar, pronta para uma nova estrada. Não há como seguir por Arcamundo sem ficar com um gosto de comidinha requentada. Preciso novos ares, sobretudo de um novo espaço. Agora, preciso de um espaço que eu possa chamar de meu.
Nada contra os ideais socialistas, nenhuma apologia ao individualismo da sociedade consumista. Apenas um sinal inequívoco de que há tempo para o coletivo, e tempo para o individual. Este é, para mim, momento de individualizar o espaço e assim poder melhor compartilhar sentimentos, valores e pensamentos.
E nesse tempo, em que tenho trabalhado cada dia mais fortemente pelo coletivo, pelo social, nada melhor que ter um pequeno sítio, local de cultuvo da subsistência para plantar meus amigos, meus livros, meus discos, meus filmes e nada mais.
Foi bom estar com vocês e receber contribuições, sugestões e críticas. Foi bom debater e aprender semanalmente um pouco de cada um. Parto de Arcamundo diretamente para o Blog da Maria (http://blogdamariaclaudia.blogspot.com). Aguardo vocês por lá!
Maria Cláudia Cabral
domingo, 23 de março de 2008
“Síndrome do Fantástico”... O sanfoneiro...
quá fogueira de São João...”
Luiz Gonzaga
Dia destes, estava eu andando entre dois centros comerciais de Brasília. O CONIC (que é uma espécie de shopping com escritórios, onde concentram-se centrais sindicais e partidárias – do campo de esquerda, em sua maioria) e o Conjunto Nacional (que tem mais cara de shopping, com lojas, cinema, praça de alimentação e, também, uma série de escritórios de serviços – médicos, odontológicos, cabeleireiros entre outros), separados pelo viaduto que passa “por cima” do Eixo Monumental de Brasília (que leva à e da Explanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes).
Na verdade, estava pesquisando preços de violão, haja vista o meu não ter agüentado o clima seco de Brasília e não ter mais salvação...
Passei em algumas lojas no CONIC, levantei preços, testei um aqui, outro ali e, depois de ter anotado os preços e seus estabelecimentos, resolvi almoçar no Conjunto Nacional. Seguindo pela calçada, à minha esquerda, lá estava aquele senhor, tocando sua sanfona (ou acordeom – realmente, sei que existe, mas não sei a diferença), acompanhado de sua esposa... pelo menos parecia se tratar de sua esposa.
Era uma quarta-feira, e um sol de 11:30 da manhã, escaldante, vertical, imperdoável. Quem caminhava naquele calçadão, sentia a sua força e imponência. Lá estava aquele senhor, tocando sua sanfona, com sua esposa segurando uma grande sombrinha sobre eles e, à frente, um pequeno banquinho de madeira com uma velha e desgastada vasilha de plástico azul e algumas poucas moedas, quase vazia.
Ao ver aquela cena, de longe, diminui o passo. Inicialmente, o fiz para escutar melhor o som que saia daquela sanfona. A seguir, a manutenção do passo lento foi para observar às pessoas que passavam e, lamentavelmente, não escutavam o som daquela sanfona... afinado... leve... firme... claro... limpo. Escutava um “xóte” que, uma pena, não reconheci. Mas sei que era um xote...
Segui meus passos e fui almoçar... Enquanto fazia meu prato e pagava, ficava construindo a minha pequeno-burguesa decisão: “Na volta, vou deixar um trocado”. Isso, enquanto almoçava uma refeição que me custou (Ave! Brasília!) cerca de R$ 20,00.
O que mais fiquei imaginando daquela cena foi a eminente possibilidade de aquele casal ter se conhecido por conta daquela sanfona. Fiquei imaginando aquele casal, surrado pela idade, se conhecendo há anos atrás, em um pequeno salão de festa comunitária, regada a um forró bem tocado pelo mais singelo e perfeito trio que o representa: zabumba, triângulo e a histórica e sempre necessária sanfona. Fiquei imaginando aquele senhor, jovem, imponente, sorridente, levando, com maestria, sua sanfona, com o perfeito acompanhamento de seus parceiros inseparáveis. Fiquei imaginando se aquela sanfona não foi imprescindível na tímida e verdadeira aproximação daquele senhor e daquela senhora que, naquele dia, entre o Conjunto Nacional e o CONIC, às 11:30 da manhã, procuravam juntar alguns trocados para, talvez, garantir a refeição do dia... E eu almoçando o equivalente à R$ 20,00...
Ao terminar minha refeição, separei uma nota de R$ 50,00. Segui de volta ao CONIC, pois já havia feito a comparação dos preços do violão (sim, voltei, em princípio, por isso) e, ao passar pelo casal – que ainda estava lá, no mesmo local – me aproximei daquela senhora, colocando a nota diretamente nas suas mãos.
“Deus o abençoe, meu filho”.
Segui, fechei o negócio e voltei ao Conjunto Nacional, para buscar meu carro e seguir caminho. Lá estava o casal... e o sanfoneiro ainda tocava.
Todos nós, com absoluta certeza, encontramos sanfoneiros em nossos caminhos... Não sei se me orgulho dos R$ 50,00 que deixei nas mãos daquela senhora... Não sei se me orgulho de relatar essa história no Arcamundo... Não sei... Realmente, hoje, no arcamundo, eu não sei...
Mas o som da bela sanfona, o sorriso daquela senhora, o meu almoço, o violão que comprei, o conjunto e o resultado desta obra toda, ainda assim, não era mais belo que o som afinado, leve, firme, claro e limpo daquela sanfona.
E, do outro lado da rua, o som alto invadia o ambiente: “Creu!”
Vida Longa...
Obs.: A história é real, aconteceu... Mas, se fores usar algumas das palavras aqui apresentadas, não deixei de lembrar destas minhas reflexões e de minha autoria.
domingo, 16 de março de 2008
Síndrome do Fantástico... Férias...

“Eu tava andando na rua.
Chovia e tava calor...”
(Taxímetro – Oswaldo Montenegro)
Pois é, estava de férias...
Bom, mais ou menos de férias...
Li Saramago, assisti um monte de filmes – O Clã das Adagas Voadoras e a História de Gengs-kan – e a shows – Yes, Antônio Carlos Nóbrega e B.B.King (dvd) – fantásticos, atualizei (de novo) minhas leituras de Caros Amigos e Carta Capital, revistas que sempre recomendo. Ouvi músicas lindas, músicas que me levaram a viagens sem sair do lugar.
Por outro lado, mesmo de férias, trouxe umas tarefinhas de trabalho p’ra casa. Documentos de Conselhos Nacionais, a organização de uma ação de “Formação de Formadores” (sempre gostei desta expressão: formar formadores...). E paguei contas, muitas contas.
Nas minhas férias, comprei um violão novo, com amplificador e resgatei não só minha memória de notas, minha memória das músicas que tocava, mas também minha memória das cordas, dos acordes, do juntar acordes... mas a música nova ainda não veio... ainda...
Nas minhas férias, comecei a estudar contra-baixo. Tenho um baixo acústico, preto, Gibson... Meu professor, na minha primeira aula, me ensinou “Good Times, Bad Times” do Led Zepellin, me ensinou as tríades, a tocar só com a mão esquerda (não que eu tenha aprendido ainda) e o Slepp.
Nas minhas férias, cuidei de Hércules (o macho) e Kaia (a fêmea), meus dois mestiços de pastor com são bernardo, e também da pequena Janis Joplin, que dizem que é xarpei com pastor... Ficamos longas hora na varanda de casa, vendo o tempo passar (nós quatro). Ah! Tem o maninho, um pequeno gato que adora o Hércules (e vice-versa), mas ele é mais enjoado.
Nas minhas férias, procurei cuidar da saúde, procurei cuidar do coração, procurei cuidar das palavras. Minha unha do pé encravou, meu joelho continua “rangendo” e, claro, gripei... bem na última semana. Mas dormi e continuei a acordar cedo, para ver o dia começar.
Nas minhas férias, oportunizei o silêncio e a solidão... Para refletir, tratam-se de santas companhias.
Nas minhas férias, assisti a jornais, muitos jornais... Fidel não é mais presidente de Cuba, mas Cuba continua resistindo a décadas de bloqueio econômico. Uma ilha “deste tamainho”, enfrentando não apenas a arrogância autoritária de um país quase continental, mas, principalmente, a covardia de tantos outros países que acatam este bloqueio.
Nas minhas férias, vi e revi as cenas de agressões dos fortes aos fracos. Mulheres que deveriam cuidar de um idoso, mas o agridem. Pessoas que iam assistir jogos de futebol, e se matam. Países “em nome da democracia” continuam a oprimir povos e mais povos (milenares) do oriente médio e do hemisfério sul. A soberania de outros povos é suprimida e o Imperialismo continua a defender o indefensável.
Nas minhas férias, os fantásticos e espetaculares programas dominicais continuaram a usar a tragédia alheia como seu filão de audiência. E como se explora a tragédia alheia neste mundo afora. Vi e ouvi tantos “sem saber que estávamos gravando...” que me perguntava, sempre: “e podem?”.
Nas minhas férias, mesmo nelas, continuei a assistir como o poder (ah! O poder) se manifesta constantemente à nossa volta. O poder da mídia, o poder da formação de opinião, o poder da hierarquia... vi o poder de escrever o que se acha que deve escrever, sem pensar nas conseqüências. Vi o poder se manifestar na ofensa e na ironia das palavras, (des)tratando as pessoas como se fossem “comida de enfeite” (ou enfeite de prato principal). Vi o poder se manifestar na velha regra política “quanto pior, melhor” (que chega em lugares bem menores do que a amplitude que a mídia nos faz crer que existe somente na política de peixe grande). Vi o poder se manifestar na mentira descarada, no desrespeito desnudado, no silenciar por trás da mesa.
Nas minhas férias, passeava pelo arcamundo, e como é estranho vê-lo em silêncio.
Férias, uma maneira a qual o capital e nós, trabalhadores, estabelecemos uma relação que, de fachada, parece harmoniosa.
Não descansei nas férias, mudei o ritmo.
“Se o mestre vento tenta ser como o vento, então, tem que estar em qualquer lugar”
Vida Longa ao Arcamundo!
P.S.: falei de minhas férias, de algumas coisas que, no plano geral, fiz, refiz, pensei, não pensei... nada de autoral.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Síndrome do Fantástico... Regina, S. Elias, Waldemar, D. Arlinda, Joilson, Evanir...
Antes, uma matéria sobre chacinas na região Norte Paulistana... depois, óvnis em uma cidade americana – “nós, agora, queremos saber que história é essa de disco voador”.
Entre elas, cá estão as falas dos repórteres espetaculares: “Tudo isso aqui a senhora ‘cata’ no CEASA’... “... nesta feira da exclusão”, “você chega as quatro da manhã aqui (no lixão da CEASA)... p’ra catar?”... e bote a câmara filmando, em câmara lenta, as lágrimas e o sorriso destas pessoas...
E, depois de filmar idas e vindas, com baldes, caixas, sacos de estopa, carregando comida colhida no lixão da CEASA, pergunta-se: carregou tudo??? Só faltou perguntar se estavam cansados...
As comidas no lixão da CEASA, quando chegam na comunidade, são vendidas a 0,10, 0,20 ou 0,30 centavos, numa ocupação ainda, claro, na lona preta.
As frutas e legumes estão com ótima aparência... as pessoas da comunidade com certeza adquirem no mesmo dia, enquanto sua esposa separa o que vai para o almoço e para os vizinhos.
“É a luta de nós, sofredor...”... “Aprenderam a tirar das sobras o alimento de cada dia”, concluiu o repórter.
E dá-lhe “solidariedade” p’ra cá, “solidariedade p’ra lá”...
Já a Regina foi uma “carta” que a produção recebeu, falando da saudade de mãe, no Ceará... viagem na hora, um dia num parque aquático e no shopping popular... “Você sente falta da sua mãe?”, “você gostaria de revê-la?”... Ela é camelô e o marido está desempregado... Eles têm cinco filhos... “Vocês passam necessidade?”
Nestes meses passeando semanalmente por este espaço, nunca me senti tão incomodado com o que assisto na tv ou com o que leio em revistas semanais. É verdade que antes do arcamundo, sim, diversas vezes. Mas está cada vez mais difícil assistir a um telejornal da mídia aberta sem me perguntar: “o que é isso?”, mesmo já tendo comentado diversas vezes, neste espaço, a imparcialidade de nossos meios de formação de opinião... Mas a pergunta continua: o que é isso?... e o que nós temos a ver com isso? Com a fome de quem freqüenta o lixão, com os óvnis, com a violência, com as reportagens...
Hum... o que vocês pensa disso tudo?
Obs.: Se as perguntas que ando me fazendo são parte das perguntas que andas fazendo também, lembre-se de mim se achares algum caminho para alguma resposta.
domingo, 20 de janeiro de 2008
Síndrome do Fantástico... carta a um(a) amigo(a)...
“Meu caro amigo me perdoe por favor,
se não lhe faço uma visita.
Mas como agora apareceu um portador,
mando notícias nesta fita”
(“Meu Caro Amigo” – Chico Buarque e Francis Hime)
Olá, meu/minha velho/a amigo/a. Quanto tempo!
Desculpa não ter respondido sua última carta há mais tempo. Sei que já faz, aliás, um bom tempo, mas, uma hora a gente cria vergonha na cara e responde... ou não...
Espero que esta o/a encontre bem, assim como os seus... Aliás, sua família já deve até ter crescido um pouquinho, né não? Em tamanho e quantidade...
Bom, como deves saber, há alguns anos ando pelo Planalto Central. Uma experiência interessante, mas sinto falta de trabalhar com política pública lá na ponta mesmo, como quando morava em Recife. Ah! Tem também a sala de aula, né? Atualmente, meus alunos de ensino fundamental já devem estar razoavelmente grandes, os meninos falando grosso, as meninas já quase mulheres...
Mas, sobre tantas coisas que a gente conversava em nossas longas cartas, algumas a gente tinha uma ansiedade para receber, né? Ops... lá vai eu tergiversando de novo... Bom, acho que continuo com a mesma cara. Tocando violão e, agora, um baixo também faz parte de meu “equipamento musical”... E tem os três cachorros: Janis Joplin, Kaia e Hércules...
Nestes tempos, amizades vieram e foram-se... algumas rápidas demais... outras, longas amizades, se perderam no poder, ah!, o velho poder... “queres conhecer o homem...”. Alguns outros “tiveram” que ficar em silêncio... Mas outras amizades cruzaram o caminho e, essas, ficaram... tanto melhor foi “re-ver” “a-amigar” velhas amizades. Acho que essas são as mais importantes.
Ando numa de “Orkut” (e não fui eu quem criou o meu perfil, tu acredita?)... Incrível como acabamos nos inclinando para essas coisas que nos tiram da rua, da frente de casa, da conversa com vizinhos (aqui em Brasília? É difícil!). Encontrei algumas pessoas, algumas comunidades bacanas (Saramago, Che, MST, Máximo Gorki, Marx, alguns rock’n’roll de primeira). Também encontro as manifestações que nos assustam ante a convicção de ódio quase racial... “Eu odeio isso, esse e aquele outro” e seguem livremente... O que será que pensam de outras coisas, além daquilo que expressam nessas comunidades isoladas?
Também vi e ouvi de tudo: meias palavras, palavras oportunas, alpinistas de todo o tipo... Também me vi em minhas incoerências e as tenho tratado...
No mais, continuo vendo as coisas, a vida, a sociedade, o mundo, o homem e a mulher, como sempre os vi, pois não transformam-se:
Continuo vendo os programas espetaculares e fantásticos da tv com suas meias palavras, com suas matérias sensacionalistas, com os fatos pela metade (e a metade que lhes interessa, claro) com seu jeito estranho de apagar a memória de nossos contemporâneos brasilis.
Acompanho, quando posso, as novelas... ah! As novelas... Agora tem novela em quatro estações abertas de televisão... favelas com dono, faculdades particulares “sociais”, mutantes, anjos, igreja, dança... gente boa e gente má, apenas por serem boas ou más... E, ainda, as matérias jornalísticas popularizando a máxima hollywoodiana: a vida imita a arte.
Neste final de ano, claro, como todos os outros, as incontáveis “festas de final-de-ano”. Algumas eu fui... Uma coisa legal, foi uma experiência de um amigo secreto no trabalho, em que a gente “dispensou” a idéia do valor mínimo e passamos a ver a pessoa que sorteamos e a nossa própria pessoa para dar sentido e significado ao presente que fôssemos dar... Não sei se funcionou com todo mundo, mas comigo, pelo menos, deu certo.
Ah! Mas mais complicado foi uma festa em que a música “sensação” que tocou e lotou o salão era uma que tinha uma rima difícil, complicada até de decorar, mesmo com as 120 repetições seguidas. Era “creu! Creu! Creu!”... 120 vezes... Imagina...
Bom, meu/minha bom/boa e velho/velha amigo/a... O mais importante é que escrevi p’ra ti e isso me faz muito bem. Escrever para as pessoas, para os amigos... isso é muito bom. Pois são nossas notícias que também continuam falando da gente, não é mesmo?
Torço para que essa boa nova, de minhas notícias, de nossas notícias, assim continuem... da minha parte, continuo no mesmo lado da trincheira, continuo tentando arregimentar novos e velhos lutadores, continuo com minha boa sina de trabalhar com formação... E, mais ainda, continuo aprendendo... sempre.
Vida Longa, caro amigo...
Vida Longa, cara amiga...
Marcelo “Russo” Ferreira
Obs.: Essa é uma carta... só uma carta. Guarde-a no melhor lugar que merecer.
domingo, 13 de janeiro de 2008
“Síndrome do Fantástico”... Sinos de Londres...
Um ano depois, tive que assumir os vocais (eu só tocava a guitarra e fazia o tal do “backing vocal’s), pois o nosso vocalista, depois de um ano, havia optado pela carreira solo... se é que ele teve a carreira solo, pois a banda mal tinha imaginado decolar.
Ficamos eu, Eduardo (que, além de baterista, era um amigo de infância, da “rua de baixo”) e Sérgio, um baixista que ficou alucinado com a nossa participação em um Festival de Música um ano antes e quis entrar para a banda.
No segundo ano desta segunda formação, compus uma música no piano. Sim, no piano (a minha herança de mainha quando ela terminar sua tarefa por essas bandas) e, depois de convidar a namorada do Baixista para assumir essa tarefa de tocá-lo (que decisão equivocada), re-assumi a guitarra e, junto com Eduardo, um baterista primeira-linha, organizamos a melodia da banda para aquela canção que seria a última que, certamente, iríamos tocar enquanto conjunto.
Faturamos, naquele festival, o prêmio de melhor conjunto...
O Afã fez algumas coisas legais, mas, na minha opinião, apesar das diferenças daquela última formação, foi a que fez coisas fantásticas... Da banda, só sei do baterista... e de minhas viagens (que continuei durante algum tempo...).
Apresento “Sinos de Londres”:
“Tudo era só desabafo / Não sabia chorar / Não sabia falar de amor / Não sabia viver toda a sua essência final.
Quando acordei no mundo / não entendi o porquê de não ver você / Espalhado na figura do seu palhaço. / No quadro, ele inerte, e a parede em chamas. / Queria a solução dos seis problemas / em mais uma viagem fantástica. / Sua mente inerte não percebeu./ Assinaram suas palavras / no seu túnel final.
Fale-me mal! / Na sua mente não tem ninguém. / Só a ilusão imortal...
Passeava no seu quarto fechado / com uma lâmina na mão: ‘é a minha saída!’ / Do oriente ao Báltico / e nos Sinos de Londres, / figuras magistrais o levavam muito além / de uma simples paisagem mórbida. / E seus personagens, invulneráveis, / esperavam de você uma dose a mais. / Nos olhos de um irmão / sai resposta final era não.
Fale-me mal / Na sua mente não tem ninguém. / Só queria ser um imortal”
Marcelo “Russo” Ferreira
PS.: Essa canção tem registro da letra e tem melodia própria – e no piano, o que é mais importante ainda. Se for, por aí, citá-la, lembre-se da história destas letras amontoadas, melodicamente amontoadas... e reconheça-a.
domingo, 6 de janeiro de 2008
“Síndrome do Fantástico”... duas histórias, a mesma bandeira...
O pneu do carro furado, a “porca” muito apertada e a dificuldade de “desrosquear” para, assim, poder trocar o pneu. Enquanto tentava ligar para mim e/ou outro amigo que morasse próximo (ainda bem que conseguiu), comentou comigo que os carros passavam, buzinavam, falavam alguma bobagem e seguiam... Ninguém (principalmente os que perceberam a sua dificuldade) parou para auxilia-la.
Hoje, no final da manhã, entrei na Internet para baixar minhas mensagens e “encontrei” uma grande e especial amiga de Recife no MSN. Conversamos um tanto assim e ela me falava sobre as pessoas que só pensam em si, que nada fazem além do “próprio umbigo”, mesmo se algo lhe acontecesse bem na sua frente. “Não é problema meu...” diria.
Possivelmente, o pneu do carro dela não era problema de quem passava... Possivelmente, não é problema dele o que fazer sobre o que acontece debaixo do seu nariz...
Por sorte, pelo não acaso, pelo “invisível” de cada pessoa, ela acabou optando por ir ao cinema logo após a troca do pneu; encontrou uma grande amiga que não via havia um tempo e foram comer uma pizza. Por sorte, pelo não acaso de nos encontrarmos no MSN, ficamos teclando cerca de 1 hora e conversamos sobre um monte de outras coisas, de tal modo que ríamos (o tal do “hahahaha” típico da linguagem informacional) e, o que lhe parecia um dia melancólico, transformou-se num dia (ou parte dele) de grande alegria.
Essas duas pessoas, como muitas na minha vida (como poucas neste mundo), são muito especiais e demonstraram, nestes momentos que viveram e partilharam comigo, parte daquilo que vez por outra comento neste espaço: valores.
Já que o tal “espírito” de início de ano continua impregnando as telinhas de nossas TV’s, nossos rádios, os folhetos que distribuem nos sinais e nas calçadas, nas “Missa do Galo”, nas revistas, promoções etc., então, eu cedo: que possamos, neste ano que se inicia, neste dia em que desmontamos a árvore de Natal, pensar em nossos valores: solidariedade, coletividade, de transformação social, soberania e liberdade... e não nos esquecendo que esses e outros valores não são uníssonos. Eles tem lados de trincheira.
Vida Longa...
Obs.: Se for citar alguma destas palavras esperançosas (criticando ou não), não deixe de me citar, ok...? Nos últimos tempos compreendi o quão longe nossas palavras chegam...
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Síndrome do Fantástico... Feliz Ano Novo
Não tem p’ra onde... depois das festas de Natal, da celebração do nascimento de Jesus (há quem diga que ele, na verdade, nasceu entre março e abril), de tudo aquilo que em recentes visitas já foi dito neste arcamundo, chegamos na virada de ano, fogos, festas aqui e ali, shows etc. Eu mesmo fiquei entre 23:00 e meia-noite e alguma coisa, ligando para algumas pessoas e desejar “Feliz Ano Novo”... Do meu jeito, mas desejava.
Mas, lembrei-me de um texto que escrevi a cerca de dois anos, neste mesmo momento, e que havia enviado para alguns amigos e amigas, pessoas com a qual gostaria de passar bons momentos de paz, alegria, reflexões, análises...
Na véspera, ontem (dia 31), depois de trabalhar até por volta das oito horas da noite, fiquei um pouco na Explanada, vendo o movimento das pessoas chegando, uma senhora que dizia que “não tenho onde morar não senhor” me pedia uma ajuda; um outro, com jeito de quem anda, anda, anda e que tinha uma história de compositor que foi assaltado; o vendedor da cerveja que falava das pessoas que conheceu, estando sempre naquele local, entre os Blocos C e D da Explanada... Não pude mesmo deixar de recordar daquele texto e de meus sinceros desejos de “próspero ano novo”.
O ano que vingará (2008) é, no meu ponto de vista, a continuidade. Nada irá "começar"... Mesmo aquilo que nos pareça "novo", não o será, pois se assim o fosse significaria uma maneira estanque de ver a vida, tanto nossa quanto destes com a qual cruzei seus caminhos no dia 31. Aliás, continua me parecendo uma data cristão-ocidental-romana-consumista que, como muitas coisas na vida contemporânea, servem para ratificar as relações de poder e de força em nossa sociedade.
Mas, por outro lado (lá vou eu de novo), é uma data que também precisa ser apropriada pela classe social em necessidade de (auto)organização ou profundamente organizada, quer em terras brasilis, quer em outras partes deste mundo; quer no campo (mais organizada), quer na cidade. Assim foram e são datas que entraram no nosso imaginário como representação de uma coisa imutável. O "07 de setembro" que também é o dia do "Grito dos Excluídos" ou o "1º de maio", que a ditadura e a elite brasileira quiseram transformar em "Dia do Trabalho", enquanto a classe trabalhadora transformava em um dia de "celebrar" a luta e reconhecer O Trabalhador.
E as datas "apagadas" da memória do nosso povo? O 1º de janeiro pode-nos ser, também, o 53º aniversário da criação da primeira Liga Camponesa (Vitória de Santo Antão - 1955); ou o dia em que Rebeldes tomaram Havana, no triunfo da Revolução Cubana de 1959; ou, também, o dia do Levante Popular organizado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (Chiapas/México - 1994); e que tal comemorarmos a Independência Negra do povo Haitiano, em 1804?... Quantos "1º de janeiro" que nossa memória "deixa escapar" porque é apenas o dia do "próspero ano novo"...?!
Que o dia 1º de janeiro se torne um dia de celebrar a continuidade da luta e a memória presente de todas as lutas e daqueles que tombaram e ainda tombam nela, por ela... a Luta. A continuidade do nosso sonho por uma sociedade justa, igual e verdadeiramente socialista. Por isso a tenho também como um dia de renovar energias, assim como procuro fazê-lo a cada tombo, a cada (muitas) rasteira e a cada "re-erguer-se". E, particularmente, nesse 1º de janeiro, estando mais uma vez longe da família e ainda "tirando a poeira do corpo", gostaria de desejar-lhe:
Próspera Revolução Cubana – que sua história, sua permanente presença e resistência ao Imperialismo nos inspire sempre;
Próspera Independência Haitiana – que a história deste povo sofrido, que, nos fatos e notícias que nos sonegam, continua resistindo e lutando por sua soberania e que a luta pela soberania dos povos nos inspire a cada dia que teremos à nossa frente, independente de outros tantos "próspero ano novo"s;
Próspero Levante Popular Zapatista - que a luta do EZLN continue a nos ensinar sobre as chagas do mundo e do imperialismo, no sentido de continuarmos a limpar nossa visão, de abrirem nossos "olhos de verem";
Próspera Liga Camponesa – que a história de lutadores e lutadoras do povo que lutaram e continuam lutando e formando novos e novos lutadores siga o caminho de nossos corações e ideais.
E que sempre possamos lembrar que as lições continuam a ser dadas a cada dia, a cada momento em que a soberania de um povo é defendida pelo povo.
Vida Longa à nossa luta por uma Pátria Livre... por uma América Livre... por um Mundo Livre!
Ainda que tombem nossos lutadores, não tombará jamais nossa luta.
Felicidades e abraço a todos e todas.
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira
PS.: como disse anteriormente, no convite ao último artigo, meu inxirimento não me fez respeitar a data que eu mesmo escolhi para contribuir e aprender no arcamundo. Mesmo assim, ainda que considerando que parte do que escrevi é história, não tendo eu direitos autorais sobre ela, comentando por aí alguma destas palavras aqui descritas, não deixe de citar-me, ta?
domingo, 30 de dezembro de 2007
Síndrome do Fantástico... Ceia de Natal – por Frei Beto
Dependurados os paramentos, padre Afonso viu-se sozinho em plena noite de Natal. O celibato é um dom e ele sabia tê-lo merecido. Ao longo de 20 anos de sacerdócio acometeram-lhe muitas tentações. Não era o fascínio das mulheres que o levava a duvidar de sua consagração. Perturbava-o a consciência do pai de nunca fora.
Naquela noite a solidão lhe bateu forte, com uma ponta de amargura advinda de uma expectativa frustrada. Nenhum dos paroquianos tivera a generosidade de convidá-lo à ceia. Revirou os embrulhos de cores brilhantes e encontrou o que bastava: um panetone e uma garrafa de vinho. Enfio-os na pasta para levar sacramentos aos enfermos e dirigiu-se à zona boêmia.
Shirley
Ela trazia os olhos inchados, o peito sufocado, o coração miúdo. Desde o fim da tarde chorara copiosamente ao recordar os natais de sua infância no norte de Minas. Lembrou da família que a repudiara, do marido que a abandonara, do filho que dela envergonhara. Sentiu ódio da vida, da desfortuna a que fora condenada.
Pudesse, não trabalharia naquela noite. Todavia, não lhe restava alternativa. O acúmulo de dívidas a obrigava a ir à rua. Mirou o homem de pasta na mão, camisa sem gola, sapatos escuros. Enquadrou-o na tipologia adquirida em tantos anos de calçada: tinha o jeito de ingênuo dos que buscam apenas aliviar-se e, na hora da cobrança, preferem ser generosos no pagamento a enfrentar uma prostituta irada disposta ao escândalo.
Trocaram olhares e ela se esforçou para estampar um sorriso sedutor. Ele a indagou; ela apontou o hotel. Caminharam em silêncio. Subiram as escadas onde as baratas se desviavam ariscas.
Ao vê-la abrir o primeiro botão da roupa, ele se adiantou. Explicou que não estava ali em busca de sexo, e sim de companhia. Haveria, contudo, de pagar-lhe o devido. Contou-lhe de seu sacerdócio e de sua solidão, e indagou se ela se dispunha a orar com ele a compartir a ceia.
Shirley sentou na cama, enfiou o rosto entre as mãos e desabou em prantos. Agora era um choro de alívio, de gratidão por algo que ela não sabia definir; quase que alegria.
Padre Afonso propôs fazerem uma oração. Ela se ajoelhou e ele tomou-a pela mão e fez com que se sentasse de novo. Ele ocupou a única cadeira do quarto. Abriu o evangelho de Lucas e leu o relato do nascimento de Jesus. Em seguida, perguntou se ela gostaria de receber a eucaristia. Shirley pareceu levar um chique. Como ela, uma puta, poderia receber a hóstia sem sequer ter se confessado? O sacerdote leu o texto de Mateus (21, 28): “As prostitutas vos precederão no Reino de Deus”. E acrescentou que eram ele e essa sociedade cínica, injusta, desigual que deveriam se confessar a ela e pedir perdão por a terem obrigado a uma vida tão degradante.
Após a comunhão, padre Afonso tirou dois copos da pasta, encheu-os de vinho e partiu o panetone. Os dois ainda conversavam sobre suas vidas enquanto clareava o dia".
Vida Longasegunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Ho-Ho-Ho... É Natal, no Hemisfério Sul
For weak and for strong If you want it
For rich and the poor ones War is over
The road is so long Now
And so happy Christmas War is over
For black and for white If you want it
For yellow and red ones War is over
Let's stop all the fight'' Now
...Mais um Natal. Olho em volta, nas ruas, nas praças e nos jardins, há luzes. Há luzes por toda parte. Há luzes, pinheiros, Papai Noel, botas enfeitadas, bonecos de neve... Ooops! Bonecos de neve? Estamos abaixo da linha do Equador, em pleno verão brasileiro. Estou em meio ao cerrado, aos piquizeiros em flor, já dando seus frutos. Estou no centro-oeste do Brasil. Faz calor e chove muito. O que esse boneco de neve faz na Esplanada?
Impossível não me incomodar com aquela figura gorducha e branca no meio da Esplanada, no coração do Brasil. Queridos, não estamos em São Joaquim (RS)e, ainda que estivéssemos, nem lá, nesta época do ano, neva. Estamos celebrando a mais eurocêntrica festa do mundo. Celebramos a Lapônia, Santa Klaus, a neve, as renas de nariz vermelho. Celebramos a distribuição de presentes às crianças que se comportaram bem(?) durante todo o ano, que comeram legumes, que foram obedientes.
Boa parte de nossas crianças estão pelas ruas, comendo restos, cheirando cola. Boa parte de nossas crianças são espancadas, abusadas, boa parte de nossas crianças frequentam escolas retóricas, em que professores mal-remunerados fingem que ensinam, enquanto crianças mal-nutridas e desprovidas de perspectiva fingem que aprendem.
Elas não comem legumes, elas não tiram boas notas na escola, elas não são obedientes. Elas são invisíveis durante todo o ano ou são incômodas com a sujeira e a pobreza que nos lembram a todo momento em que lado da desigualdade estamos. Elas não ganham(?) presente do Papai Noel.
Ainda assim, o gorducho boneco de neve está lá... No centro do centro do Brasil, lembrando a todos nós o frio e a fartura no Hemisfério Norte. Lembrando a força da hegemonia eurocêntrica, a força da cultura do Norte em face a cultura do Sul. Lembrando a força do consumo em face da solidariedade. Natal nos lembra 'compras de Natal', nos lembra presentes, comércio, peru, pernil, leitoa.
O Natal no Hemisfério Sul está repleto de símbolos importados de todos os cantos do Hemisfério Norte. A desigualdade parece ser celebrada nesta época, sem ela não poderíamos praticar - ao menos uma vez por ano - o amor pregado e tão bem exemplificado por aquele 'cara', que nasceu há 2007 anos e que, coincidentemente, faz aniversário nesta data.
A propósito... Ele prescindiu de bonecos de neve, de Santa Klaus e das renas do nariz vermelho para deixar seu exemplo de solidariedade, que tal seguir seu exemplo e praticar o amor e a solidariedade dia após dia, em lugar de deixar para o dia da festa?
Feliz Natal a todos, feliz natal... Sem boneco de neve, mas com muito amor pelo próximo.
''Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.36-39)(Jesus Cristo)
domingo, 16 de dezembro de 2007
“Síndrome do Fantástico”... muitas idéias...
Nestes últimos dias venho pensando e registrando tanta coisa, tantas idéias, tantos planos que acho que, neste novo artigo de “Síndrome do Fantástico”, parece que estou vivenciando aquela velha história de “Síndrome de Fim de Ano”...
Muita gente começa a pensar em um monte de coisa, a fazer um monte de planos, e terminar isso, começar aquilo, esquecer de vez aquelas situações e/ou pessoas etc.
Bom... eu acho que não fugi muito a essa quase regra:
Pensei se vou continuar a falar de nossa mídia quase toda semana, principalmente quando a gente vê as incoerências de seus discursos. Principalmente quando ela cria uma tal de “Central de Boatos” quando, na verdade, não é muito séria e verdadeira, nem mesmo com os “não-boatos”.
Pensei e continuar estudando tanto a literatura que me agrada (principalmente José Saramago) quanto os teóricos revolucionários, ao mesmo tempo em que procuro me esforçar para ler os contraditórios, os diferentes, os divergentes e os antagônicos.
Pensei na música que escuto e se vou finalmente me render aos mecanismos de baixar músicas sem custo, ao invés de ficar pesquisando e comparando preços de CD’s (ou esperar mais um tempo, para que os preços fiquem realmente baixos e, portanto, justos). Aliás, pensei por onde vou retomar minhas pesquisas, aquelas em que adquiro aquilo que não conheço (como costumo fazer para acessar a “música popular africana” e algumas coisas do rock progressivo).
Pensei nos amigos e amigas, aqueles/as que estão aqui perto e os que estão longe, aqueles/as os quais até consigo ver vez por outra, por conta de uma viagem e aqueles/as que sempre torço para um dia, sem mais nem menos, reencontrar, nos lugares e momentos mais impensáveis.
Pensei no violão e no baixo que tenho em casa e que ainda não criei aquele ritmo de outros tempos, em que tanto tocar uma música quanto compô-la era algo que não se perdia, e hoje ainda tenho que “estudar” as antigas melodias, algumas já apresentadas neste espaço.
Pensei em trabalho, em militância, em princípios, em “jogar no time”... ou o “time me querer no time”.
Pensei no Andarilho... Pensei no “precinho”... Pensei nas crianças do MST.
Pensei (ai! ai! ai!) no novo Big Brother que vem por aí e o que realmente isso significa em nossas vidas, mesmo quando, literalmente, execramos essa baixa mas profunda organização da mente coletiva humana na construção da uma óbvia legitimação da vigilância alheia.
Pensei em minha saúde... em meu “cobertor de orelha” (ainda descoberta)... em meus silenciosos atos de solidariedade... e em meus enfrentamentos...
Pensei na família tró-ló-ló (foi mal, tia)... e na saudade que tenho dela, daqui do Planalto Central.
Pensei em nós... Pensei em outra sociedade, verdadeiramente justa e igualitária... Com valores de trabalho coletivo profundos e invencíveis...
Pensei que ainda há muito o que fazer...
Você pensa em que?
Vida Longa...
Obs.: cada um com seus pensamentos, idéias e projetos... esses são meus, mas agora não são mais... Mas que possam ser lembrados se utilizados, ok?
domingo, 9 de dezembro de 2007
“Síndrome do Fantástico”... Blues of Baby...
Conseguimos reunir estudantes de filosofia, educação física, pedagogia, assistência social, direito, história, agronomia e até estudantes secundaristas (da antiga Escola Técnica Federal).
Nesta oportunidade, conheci uma pessoa que veio de Brasília, só para participar de nosso estágio de vivência. Ela tocava um violão fabuloso e cantava divinamente... Seu nome era Juliana e, carinhosamente, a chamava de Baby.
Acabamos nos aproximando e topando construir um momento de carinho recíproco em nossa pequena oportunidade de convivência sentimental.
Uma semana depois do estágio de vivência, passamos, com mais alguns amigos, um final-de-semana na Ilha de Itamaracá, regado a caminhadas, viola, conversas até altas horas da noite e carinho... após isso, nossas vidas pessoais tomaram seus rumos devidos, eu em Pernambuco, ela em Brasília.
Desta história, ficou uma música. Não foi apenas uma “música para Juliana”. Foi uma canção que sintetizou, também, o que vivenciamos enquanto militantes, enquanto pessoas que querem construir um mundo e uma sociedade diferente, um homem e uma mulher novos. Uma canção que sintetizou nossos estudos durante aquela atividade interdisciplinar, com os nossos pés verdadeiramente postados em solo agrário. Uma canção...
Apresento “Blues of Baby”.
“A fogueira iluminando a escuridão do dia chegando/ Seus olhos desnorteiam meus olhos com a sua voz./ Passarelas sobre o mar,/ não se onde querem chegar./ Paranoá-atlântico, cercania viva do meu novo lar.../ Esquina perto do cais./ Estradas onde ando mais.
Baby, será que estamos na barca certa?/ Baby, então, quem a guiará ao mar?/Baby, eles não virão de longe para nos buscar./ Não sei quem são.
Será que seriam os retirantes com seus filhos e os calos da enxada?/ Ou será que seriam os louros, cegos filhos da Pátria Amada?/ A fogueira e seus conselhos resgataram os sentimentos de nossos corações./ É p’ra nada?
Baby, aquela bossa não vai terminar?/ Baby, nossos gritos infinitos queriam ecoar até a lua./ Baby, precisamos levá-los ao seu lugar.
Onde toda sua voz popular possa dar sentido aos meus poemas progressivos./ Onde meus poemas progressivos possam ter sentido para Deus e seus dilemas./ Onde seus dilemas furtem a fome e o poder de seus fantasmas./ Crianças nuas numa roda/ em nossa música vão voar.
Crianças, que vão buscar suas asas p’ra voar./ Poemas, que vão buscar suas asas p’ra voar./ Baby, pegue suas asas p’ra voar”.
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
P.S.: Sim... a letra está registrada em cartório e, neste espaço, reitera-se os “direitos autorais”... Um dia, quem sabe, possamos escutá-la juntos...
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
70's
- É, eu vi.
- Já é meia-noite?
- Quase...
- Como você sabe?
- Eu sei.
- E se for meia-noite e a gente não souber?
- A gente vai saber.
- Então só você vai saber...
- Pode ser, então.
- Diga-me claramente quando chegar a hora!
- Pode deixar, eu aviso com antecedência quando o momento se aproximar...
- Jura?
- Juro.
- Pelo nosso amor?
- Pelo nosso amor.
- Nosso amor é a coisa mais importante, não é?!
- Nosso amor é a coisa mais importante pra mim, depois de você.
- E se existir só eu e não mais o nosso amor, você vai sofrer?
- Vou, mais ainda zelarei pro você.
- O que faria para cuidar de mim?
- Seria o que sou agora, o melhor que posso ser.
- Jura?
- Juro.
- Jura até por mim?
- Juro.
- ...
- ...
- ...
- Está chegando a hora.
- Apague as velas, então.
- Acho melhor você apagar...
- E você, o que fará?
- Deixe que eu fecho as janelas.
- Feche-as, por favor.
- Pronta?
- Pronto.
- Pronto?
- Pronto.
- Ok, já podemos nos deitar.
- Sim.
- E nos dar as mãos?
- Sim.
- Pegou?
- Peguei.
- Vai doer?
- Já falei que não sei...
- Então o faça logo.
- Ok.
- Te amo!
- Eu também te amo...
(Breve som, abafado, meio agudo, estranho).
- Ãaa, ãaa, ãaa,ãaa, ãaa, ãaam...
(Um suspiro).
- Ok.
(Breve som, abafado, meio agudo, doce).
- ...
- ...
- Acabou?
- ...
- E então?
- ...
- Amor?
- Abra as janelas, vai...
Maria Clara Dunck. Copyright da Autora. Todos os direitos reservados.
domingo, 2 de dezembro de 2007
“Síndrome do Fantástico”... socialismo e esperança...
“Quando penso no futuro, não esqueço do passado”
(Paulinho da Viola)
É verdade que a epígrafe escolhida (a maravilhosa “Dança da Solidão”) não foi escrita para o que neste artigo pretendo... Mas foi escutando esta canção, dentre outras, que me inclinava na leitura da Segunda Encíclica de Bento XVI.
Enquanto lia o texto completo da Segunda Encíclica, anunciado pelos telejornais na última sexta-feira como aquela em que o Papa centrava sua crítica “contra o Marxismo e o ateísmo”, essa parte da canção me levava a uma interpretação poética bastante significativa do que consegui sintetizar e sistematizar da vasta obra marxista que, obviamente, não se resume a Marx: passado e futuro como elementos concretos de meu presente... histórico.
Mas chamava-me a atenção, na oportunidade da matéria jornalística, a coincidência de quadro sobre as matérias em questão. Explicando: em especial atenção ao Jornal Nacional da rede Globo de Televisão, anunciava-se a publicação da Segunda Encíclica Papal e, em seguida, uma cobertura detalhada da manifestação popular em favor do referendo constitucional na Venezuela (detalhada porque, diferente da cobertura a manifestação do dia anterior, contrária ao presidente venezuelano, só faltou dizer o endereço de cada um dos manifestantes favoráveis a Chavez).
Em tempos em que Hugo Chavez defende efusivamente a Revolução Bolivariana e o socialismo do século XXI, nada como continuar-se o bombardeio aos princípios e referências mais conhecidas da teoria fundante do Materialismo Histórico Dialético.
Fui à Segunda Encíclica. Um texto que, formatado para a impressão, ocupou 29 páginas e fonte “times new roman” tamanho 12. Dois parágrafos, caros leitores do Arcamundo. Sintéticos (e equivocados) dois parágrafos que falaram da obra de Marx e Engels. Destaca-se que, destes dois, Bento XVI faz o primeiro comentário: “(...) Com pontual precisão, embora de forma unilateralmente parcial (o “lateral” da classe trabalhadora” – meu destaque), Marx descreveu a situação do seu tempo e ilustrou, com grande capacidade analítica, as vias para a revolução. E não só teoricamente, pois com o partido comunista, nascido do manifesto comunista de 1848, também a iniciou concretamente. E a sua promessa (como???), graças a agudeza das análises e à clara indicação dos instrumentos para a mudança radical, fascinou e não cessa de fascinar ainda hoje”. Posteriormente, indica que o erro fundamental de Marx foi não nos dizer como as coisas deveriam proceder depois da revolução, dando o exemplo da Revolução Russa.
Não pretendo aprofundar minhas reflexões, pois implicaria a construção de um texto longo, só para tratar deste trecho. O farei, mas sob outras circunstâncias, outros tempos para o debate, em momento histórico apropriado.
Opto por lançar pequenas e objetivas reflexões, pelas quais espero instigar aos tantos quantos convidados deste tempo/espaço de todos os domingos, a outras tantas reflexões... e, conseqüentemente, a debates profundos e, em que pese a crítica do Sr. Rasting, a debates que permitam a radicalidade de nossas reflexões, porque partem da raiz do problema.
Primeiro: Marx, até onde me consta, nunca se propôs a dizer a como a classe trabalhadora deveria proceder após a revolução proletária. Aliás, a máxima deste filósofo-economista era “Trabalhadores do Mundo, uni-vos!”, afirmando que a revolução proletária não deveria acontecer em um único país.
Segundo: Lênin, assim como Pistrak, indicavam que a teoria revolucionária nada era sem a prática revolucionária, deixando claro que esta iria sistematizar a primeira, construindo aquilo que, no campo da educação, denominamos como “prática social”... Partimos e voltamos à ela cotidianamente.
Terceiro: a crítica do pensamento marxista, dentre outras, era apontar a necessidade histórica de enfrentar o projeto histórico de mundo e de sociedade que fazia (faz) do homem e da mulher (classe trabalhadora) um ser passível às relações de força e de poder que os levavam (e levam) a acreditar que suas condições de pobreza, de miséria, muitas vezes de escravidão e servidão era uma determinação divina. E é por trás desta “determinação” que poderosos e exploradores se camuflam de forma quase abençoada.
Seguir-se-iam quarto, quinto, sexto e tantos quantos pontos necessários à mais justa e correta reflexão sobre não apenas os dois parágrafos aos quais Bento XVI refere-se superficialmente ao pensamento marxista, mas à prática de nossa mídia, que, mais uma vez, em nada contribui a formação da opinião de nosso povo; que mais uma vez abstém-se da realidade e da prática social como critério de verdade.
Já fiz, neste espaço, convites para um lado da trincheira, o da luta da memória contra o esquecimento, do homem (e da mulher) contra o poder, como com rara sensibilidade nos lembra Eduardo Galeano. E o convite se mantém: em defesa da liberdade... sejamos revolucionários!
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
P.S.: Lembrem-se... as palavras aqui são poucas, mas defendem um ponto de vista. Usando-as, lembre-se de citar-me.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Dânia
Do que não queria, lembrava até das traições estampadas, porque as rugas ficam com os erros, ela pensava, e quem erra demais envelhece acelerado. O ingênuo era quem estava sempre novo, recuperado a cada choro de vítima, sem melancolias. Mas Dânia era doce e amargurada, um pouco insossa no finzinho, e a cada espirro de lágrima era pelo mesmo motivo: a paixão deslavada. Mas na boca ficava um gostinho bom, continuado.
Odiando a maneira como os lanterninhas levantavam ao fim do filme para abrir as cortinas, anunciando que o final chegara, cria que da mesma forma se davam os relacionamentos: uma contradição percebida, e já é hora (mesmo acabando na hora certa ou não. Pensa que poderia ter acabado antes, se poupado daquela cena, meio desnecessária, e colocado outra bonita. As vezes acha que acabou no momento exato, meio que previsível, ou perfeito.) Aceita, crispada de dor, mas como sempre, comedida até na sem-graceza.
Essa paixão pela respiração alta sempre traz a ilusão. Dânia enclausura-se num pensamento de derrota e, se quer chorar, chore agora. E Dânia nunca chora quando a dor é demais. Não sei por quê. E acorda, com o mesmo rosto não muito bem delineado em sua memória, mas o suficiente claro para mal humorá-la; quando a pobre dorme, é claro. Demora-se insone, frente a um perfume que a comicha toda, e a textura de um cabelo mal lavado, mas tão negro, ou não. Era o que tinha do pouco que perdia. E, Dânia o vendo, agora claro, pois à sua frente alguém está a fingir que nunca a desejara - ou que sincera o que enfim, acabou, me desculpe - Dânia se sente quase feliz, quase triste... Se sente Dânia.
domingo, 25 de novembro de 2007
“Síndrome do Fantástico”... Happy Xmas..
“A very merry Xmas/and a happy new year/
Let’s hope it’s a good one,/Without any fear”
(John Lennon & Yoko Ono)
Já começou e faz algumas semanas...
Os “shopping’s” (populares ou chiquês) há tempos vem indicando suas promoções para mais uma fase de intenso consumo, a velha adjetivação: “consumo natalino”... Quem diria que a festa católica prioritária do mundo anglo-saxão pudesse transformar o “nascimento do s(S)alvador” na mais infinita e profunda relação de homem-coisa, homem-consumista já imaginável.
Telejornais, semanários, o próprio programa dominical mencionado neste blog em minhas insensatas viagens, além, é claro, dos espaços comerciais que (pode prestar atenção) sempre faz nossos aparelhos de TV aumentarem SOZINHOS o volume, as ofertas, promoções, formas de pagamento “para 2008” etc. abundam nossos lares.
Cantigas de atores e atrizes (focando sempre os mais famosos, bonitos e formadores de opinião), comerciais-musicais com nossos cantores/as e favoritos/as ou em evidência, com músicas que tocam nossos corações também ocupam, fácil, fácil, 50% destes espaços.
Mais angustiante é a sensação de que quem acaba definindo o que “queremos” comprar e adquirir para nossas vidas não é a gente e, sim, a grande propaganda de bens e serviços. Aliás, o documentário “The Corporation” aborda isso com uma profundidade espetacular.
Ou seja, parece-me que qualquer crítica ao “tempo de ser feliz”, “tempo de amar” e, claro, “tempo de dar presentes” que os festejos de Natal e Final de Ano serviriam, apenas, para pequenas reflexões, pois a grande maioria de nós, caros leitores e não-leitores, sempre planeja algo para o Natal e o Ano Novo e, neste planejamento, as nossas listas de compra de presentes fazem parte. Então, por mais que sejam coerentes, fundamentadas e verdadeiras as minhas ou nossas reflexões, críticas, preocupações etc., viveremos esse momento por nós, por nossas famílias, por nossos amigos... E eu até acho que é bom, pois também podemos (e precisamos) resignificar este momento.
Há alguns anos eu aprendi uma pequena, mas importante lição e que vem me guiando há tempos nestas e outras épocas tendenciosamente consumistas – Natal, Dia das Mães e dos Pais, Namorados etc.: que possamos fazer de nosso(s) presente(s) de “Feliz Seja-lá-o-que-for” algo que supere a sensação de consumo que os valores capitalistas nos impõe cotidianamente.
A lição: sempre que presenteamos alguém, o fazemos como forma de dizer o quão importante esse alguém é em nossas vidas, o quanto significam e, também, o que essa pessoa, sua história, suas palavras, as alegrias e tristezas significam, qual o papel disso tudo em nossas vidas, quais marcas e palavras deixam, quais cicatrizes nos impõe e/ou até mesmo curam. E fazemos disso uma relação recíproca. Algo do tipo: “por sua história, por seus valores, por sua vida e pelo que tudo isso significa em minha vida, te presenteio...”.
Imaginem, caros amigos, vocês não apenas fazerem uma lista de pessoas que irão presentear, mas, e principalmente, o que irão presentear!
Que este Natal que se aproxima possamos nos desafiar a encontrar um elo concreto, verdadeiro, histórico em nossas relações e que nossos presentes possam, sem medo de chavões (e as críticas), ter sentido e significado.
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
E não se esqueçam... pode ser que esses artigos ajudem em meu humilde currículo. Se for citar algumas das viagens que faço por aqui, me cite também, ok? E boas compras.