terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Editorial nº 00 - Novos Tempos!

E começamos 2007..... Como se houvesse alguma escolha nisso... Mas eu gosto, sabe? Essas convenções e comemorações humanas me atraem. Essa sensação de poder começar de novo, mudar, fazer diferente... A Arca Mundo começa o ano diferente. Com algum atraso, admito, mas estávamos ansiosos por voltar a escrever.
Este ano a coisa vai ser mais dinâmica... Ouvimos críticas e sugestões de sábias vozes, e como, desde o início, nossa idéia era Liberdade de Comunicação, estamos cortando mais um laço que poderia estar podando essa liberdade. Agora, cada colaborador da Arca terá um dia da semana exclusivo para as suas idéias e vocês leitores terão, diariamente, textos fresquinhos pra ler. Dessa maneira, os textos serão postados diretamente por cada colaborador, sem haver a necessidade de um filtro e de editoriais semanais. Além disso, os leitores podem acompanhar seus temas favoritos, participar mais ativamente e inclusive, cobrar assiduidade dos colaboradores de forma mais direta. A agenda da semana será ativa de domingo a domingo e segue da seguinte maneira:
Segunda feira: Maraísa Lima
Terça feira: Maria Claudia Cabral
Quarta feira: Maria Clara Dunck
Quinta feira: Rafael Parrode
Sexta feira: Paulo Henrique dos Santos
Sábado: Camila Pessoa e Rodrigo Duarte (Novo colaborador da Arca!)
Domingo: César Henrique Guazelli
Além disso, teremos uma coluna especial de gastronomia, escrita pela Maria Claudia, com dicas de comida boa no eixo Goiânia-Brasília, toda última quinta feira do mês!!!
E ainda há mais mudanças por vir....
Espero que todos gostem das novidades e permaneçam conosco.
Um ótimo 2007 a todos.... e que possamos ir muito longe nessa Arca!
Camila Pessoa
Copyright Arca Mundo. Todos os direitos reservados.

A CONTRAMÃO DO MUNDO OU UM SENTIDO DO MUNDO

‘’Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração’’
(Chico Buarque)


Será? Tive de parar para pensar. Refletir sobre o que ele queria dizer com “não saber o que quer’’. Eu sei, por exemplo, que não é a razão da minha vida a estabilidade profissional que se obtém com concurso público, assim como estou certa de que casa própria não é meu sonho de infância. Não é que não queira, mas não é algo que está na minha lista de dez coisas que quero fazer antes de morrer. O leitor poderia me perguntar: em que mundo você vive?

Talvez eu esteja esquizofrênica, vendo coisas que não existem, mas percebo que, cada dia mais, a tecnologia está nos levando a viver já num mundo de duas dimensões. A chamada dimensão real, onde as coisas são palpáveis – também chamada de atual, pelo brilhante Pierre Lèvi – e a dimensão virtual, ou dimensão intangível, como costumo chamar, ou ciberespaço. Acho que não preciso explicar como a primeira funciona, todos nós acordamos e dormimos nela diariamente.

Quanto à dimensão intangível, essa que tem tomado conta por meio da tecnologia, é um mundo limitado apenas pelo acesso à rede mundial de computadores. Trata-se de um lócus sem fronteiras, onde o espaço público e o espaço privado se confundem, se mesclam. Onde somos o que quisermos ser, até nós mesmos. Onde encontramos personas e pessoas. Onde não as encontramos como no mundo real, e as tocamos de forma metafísica...E somos tocados por elas.
.

Transitamos nesse mundo à velocidade da luz, a depender da conexão. Tempo/espaço, portanto, são valores relativos. Einstein certamente gostaria de ver isso em funcionamento! Enquanto na dimensão atual um mês tem trinta dias, na dimensão virtual, três meses é uma eternidade. Tempo suficiente para enriquecer, empobrecer, conhecer pessoas, ser execrado ou idolatrado. Tempo suficiente para se encantar por alguém, para se decepcionar, para se afastar, para se reaproximar e até para romper a mais bela amizade. Tudo isso num diálogo consecutivo e simultâneo entre o virtual e o real. Isso é a loucura de viver em dois mundos.

Mais que isso, é o prenúncio da mudança dos tempos, da evolução do planeta. Ainda que em diversos espaços estejamos vivendo a idade das trevas, alguns de nós têm tido o privilégio de acessar a dimensão intangível. Onde não há que se ter, mas há que ser. O que se quiser ser, diga-se de passagem. Willian Gibson, um dos criadores do ciberpunk, subgênero da literatura de ficção científica, já falava no seu Neuromancer, que poderíamos alterar nossos corpos. Pois bem, tanto o podemos por meio dos avanços da medicina estética, no mundo real, quanto por meio das personas que criamos no ciberespaço. No mundo virtual não importa ser gorda ou ser magra, importa a forma como a persona se apresenta, como se sente e como o outro a vê com os olhos do espírito, da alma ou da mente – como queiram.

Mas...cuidado, desavisados! Viver em dois mundos tem seu preço. (o texto continua na próxima edição, aguardem ‘’cenas dos próximos capítulos’’)

“Posso dizer? Acho que você não sabe o que quer.’’ (FS, brasileiro, casado, três filhos, agente público concursado e uma bela casa em construção)

‘’Procuro uma mulher determinada que saiba o que quer’’ (anúncio no site de relacionamentos ParPerfeito).

Dicas do Texto:

Sobre Roda Vida
http://chicobuarque.uol.com.br/letras/rodaviva_67.htm
Sobre Pierre Lévi
http://www.facom.ufba.br/com022/levy.html
Sobre Cibercultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibercultura
Sobre Willian Gibson
http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Gibson
Sobre Ciberpunk
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cyberpunk
Maria Claudia Cabral
Copyright Arca Mundo. Todos os direitos reservados.