terça-feira, 14 de novembro de 2006

Editorial nº 4 – Novidades!!!


Publicamos nossa quarta edição com grandes novidades! Uma, é a chegada de mais uma colaboradora, com uma nova editoria que eu tenho certeza que vai agradar a todos! Literatura!!! A idéia era publicar seus poemas, mas a moça foi além! A nova editoria irá explorar obras de escritores amadores e conterá, também, ensaios, contos, análises e indicações de obras literárias! Seja bem vida à nossa Arca de misturas, Maria Clara Dunck!!!
Além disso, temos outro motivo para celebrar! Nosso blog está crescendo,devagar e sempre e conquistando, a cada dia, novos horizontes. Esta semana fomos cadastrados e passamos a fazer parte da lista de divulgação de blogs do site maisbrasilia.com. A Arca Mundo se encontra na página 24, do item Blogs!!!
Esta edição traz a crítica do filme A Criança, dos irmãos Dardenne; um texto muito útil à convivência dos sexos, sobre TPM; uma reportagem sobre o Festival Goânia Noise e o texto de estréia sobre Literatura! Uma quarta edição fresquinha para ser degustada com muita satisfação!

Publicamos nossa quarta edição com grandes novidades! Uma, é a chegada de mais uma colaboradora, com uma nova editoria que eu tenho certeza que vai agradar a todos! Literatura!!! A idéia era publicar seus poemas, mas a moça foi além! A nova editoria irá explorar obras de escritores amadores e conterá, também, ensaios, contos, análises e indicações de obras literárias! Seja bem vida à nossa Arca de misturas, Maria Clara Dunck!!!
Além disso, temos outro motivo para celebrar! Nosso blog está crescendo,devagar e sempre e conquistando, a cada dia, novos horizontes. Esta semana fomos cadastrados e passamos a fazer parte da lista de divulgação de blogs do site www.maisbrasilia.com. A Arca Mundo se encontra na página 24, do item Blogs!!!
Esta edição traz a crítica do filme A Criança, dos irmãos Dardenne; um texto muito útil à convivência dos sexos, sobre TPM; uma reportagem sobre o Festival Goânia Noise e o texto de estréia sobre Literatura! Uma quarta edição fresquinha para ser degustada com muita satisfação!
Camila Pessoa.
Copyright Arca Mundo. Todos os direitos reservados.

Não só literatura, não só ela.

"A verdadeira filosofia nos permite descobrir isto ou aquilo; a literatura, tudo". (Gonçalo Armijos Palácios)


Teorias e mais teorias não se cansam e, provavelmente, jamais se cansarão de dissertar a respeito do que é, enfim, a literatura. Do entretenimento ao engajamento político, do teatro grego antigo à literatura do absurdo, também suas funções na sociedade são amplamente discutidas. Então, se levarmos em conta todas as suas manifestações ao longo da história – engavetadas em suas poéticas e escolas – , teremos tanto a dizer, que o propósito de explorarmos a própria literatura e, conseqüentemente, seu foco principal, que são as obras literárias, será perdido, como não raramente acontece.

Seria muita pretensão, um sinal de ignorância e causaria polêmica tachar essa editoria dedicada somente à literatura ou como dedicada à literatura. Não posso, seja por incapacidade ou por sentir impossibilidade, excluir todo o restante das editorias dessa publicação de um viés literário, já que a linha que separa as ciências humanas é tênue. Também não poderia afirmar que aqui estaria tratando apenas da mais pura literatura, desvinculada de tudo que dela necessita ou de tudo que a auxilia, seja no campo das artes, do jornalismo, da filosofia, da história etc.

Refiro-me à literatura num grau mais elevado, numa abordagem mais específica e no papel de protagonista. Ensaios, poemas, críticas, divulgações, análises etc. Serão aparatos cruciais para unir o entretenimento, a linguagem, o conhecimento e a exploração de uma arte tão apreciada.

É fato que uma citação é só uma citação ou uma poderosa arma quando retirada do seu contexto e jogada num ambiente qualquer, passível de diferentes interpretações. E uma citação é um aperitivo ou um símbolo da impossibilidade de se expor, num determinado contexto, uma obra inteira. Talvez a epígrafe citada aqui, publicada em um artigo de jornal sobre a importância da literatura, possa parecer pretensiosa e contraditória, atribuindo um crédito maior à literatura, em detrimento da filosofia. Essa citação poderia extrapolar esse entendimento, supervalorizando a literatura, diante das outras artes ou meios de comunicação, porque, aqui neste espaço, a literatura não tem limites. Tampouco terá para o leitor.
Maria Clara Dunck.
Copyright Arca Mundo. Todos os direitos reservados.

MULHER À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS (a TPM)


Sabe aqueles dias que você acorda diferente? Primeiro aquela SAUDADE não se sabe de quê ou de quem... Aquela MELANCOLIA, vontade de colo. Em seguida você se dá conta de que NINGUÉM está disposto a te dar colo, que você é muito, muito SOZINHA. Na verdade, sente-se DESENGONÇADA, FEIA, DESINTERESSANTE e... G-O-R-D-A...

A vontade de se encolher na cama embaixo das cobertas, com janelas e cortinas fechadas toma conta e até a voz do Bial no Fantástico faz você sentir vontade de chorar. E você choraaaaa... CHORA muito. Chora por tudo, até no Jornal Nacional. Sente-se uma pessoa inútil, nunca fez nada pela fome na África, nunca será glamourosa como Gisele Bündchen, jamais terá o amor do George (Clooney). Enfim, você é a mais infeliz das mulheres, a mais miserável, a mais sofredora, a mais detestável, a mais chata. Sua auto-estima está em baixa.

De repente TODOS os seus problemas foram colocados sob uma LENTE DE AUMENTO gigantesca. E a mais insignificante das pedrinhas no caminho, torna-se um OBSTÁCULO INTRANSPONÍVEL. Ninguém a ama, seu chefe não gosta de você – aliás, por que mesmo ele fez aquele comentário sobre seu cabelo? Estão todos contra você e ficam te olhando de cima a baixo.

E quando a olham você se pergunta: ' Porque tá me olhando, palhaço?' Se irrita profundamente com qualquer comentário que lhe dirijam, e ai de quem não lhe dirigir a palavra, porque você não admite ser ignorada. Afinal, quem essas pessoas idiotas pensam que são para a tratarem assim, porra? Num crescendo surge uma vontade aterradora de ESMURRAR o flanelinha que te perguntou se podia olhar o carro e você só não esmurra porque aquela vadia do trabalho – loura, para lá de oxigenada – passa na sua frente e desvia seu pensamento para uma cadeira elétrica – lugar onde ela devia estar para aprender a não atravessar o seu caminho. E aquela vaca ainda se diz sua melhor amiga.

É nesse momento, quando está a ponto de ELETROCUTAR sua verdadeira amiga e companheira, que você se dá conta de que ELA chegou. Sim, meninas... A TPM está com vocês, a TPM está comigo, ela está com quase todas nós, invariavelmente uma vez por mês, e haja Ponstam, Atroveram, Buscopam e semente de linhaça (acreditem é bom demais). Haja amor e paciência por parte de nossos namorados, maridos, amigos, mães, pais, irmãos, colegas de trabalho, etc, etc, etc...

O melhor de tudo é saber que, se ela veio, já podemos dormir tranqüilas e voltar a ser as mulheres maravilhosas que sempre fomos. Lindas, competentes, talentosas, amorosas e seguras de si.

''Quase não me reconheço quando estou assim, quero me encolher embaixo das cobertas até tudo isso passar'' (Uma mulher de 37 anos, ontem).

''Eu choro por tudo, odeio o mundo e o mundo me odeia, quero gritar e brigar com todos à minha volta. Nem eu me suporto'' (Depoimento numa das dezenas de comunidades do Orkut dedicadas ao tema TPM).
Maria Claudia Cabral.
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O Cinema dos Irmãos Dardenne – A Criança.



Quem nunca viu um filme dos irmãos Dardenne, não imagina o quão rico e forte é o cinema que eles criaram ao longo de suas carreiras. Vencedores da Palma de Ouro em Cannes em 2000 pelo belíssimo Rosetta, eles retornaram ao Festival em 2002 com mais uma obra-prima, O Filho, desta vez, levando apenas o prêmio de ator para o excepcional Olivier Gourmet. Não bastasse, em 2005 - ano em que a seleção de Cannes primava por autores consagrados como: Cronemberg, Jarmusch, Michael Haneke, Amos Gitai, Hou Hsiao Hsien, Carlos Reygadas, Win Wenders, Gus Van Sant e Lars Von Trier - os Dardenne e seu cinema humanista e moral (mas nunca moralista), sabiamente foram mais uma vez premiados pelo júri, presidido por Emir Kusturica, por sua mais nova obra-prima A Criança, que entra agora em cartaz em Goiânia no Cine Cultura.
Os irmãos belgas fazem um cinema de câmera na mão, sempre muito próxima dos atores. Em O Filho, ela estava nas costas do personagem de Olivier Gourmet, como se ele estivesse carregando um peso, e isso fazia toda uma diferença naquela história forte que eles contavam. Aqui, ela acompanha a respiração dos personagens, se afastando ou se aproximando dos corpos de acordo com suas ações. É um estilo que às vezes lembra Bresson, neste que é, aliás, um Pickpocket bem “dardenneano”.
E A Criança não poderia ser nome mais certeiro. Certeiro, porque os irmãos nos colocam num universo basicamente pós-adolescente, em que os jovens, nessa transição para o mundo adulto, nessa sociedade cada vez mais materialista, parecem crianças, infatilizadas, frágeis.
Sonia acabou de ter um filho. Bruno, seu namorado, vive de pequenos furtos e diz que trabalho é coisa de babaca. Um dia, Bruno resolve vender o filho para a adoção. Os Dardenne começam seu filme assim: direto e reto, com Sonia e seu bebê nos braços, acabando de sair da maternidade. E a impressão que se tem é que o filme será sobre Jimmy, filho do casal de jovens. Mas os irmãos, lá pelo meio do filme, se permitem uma troca inesperada de protagonistas. Na verdade, A Criança do título é Bruno, que irá atravessar o inferno em busca de redenção. É por isso que digo que o cinema dos cineastas belgas é moral, mas nunca moralista. Bruno fará suas escolhas e, conseqüentemente, pagará por elas. Mas os Dardenne em momento algum irão julgá-lo, e sim observá-lo. E por isso, o tempo nesse filme parece ser tão importante, porque é com ele que Bruno, através de seus olhos e da consciência de seus atos, irá se tornar cada vez menos um objeto e mais um ser humano. Ao passo que seu filho, que solta apenas um choro na primeira cena do filme, irá cada vez mais parecer uma mercadoria, um pacote. Os Dardenne, nessa inversão forte de papéis, parecem ir além, injetando vida em elementos como um carrinho de bebê e uma motocicleta, nos confrontando ainda mais com essa questão do homem/objeto.
Como em Bresson, os pequenos gestos, os pequenos detalhes, podem significar bastante. E A Criança se sustenta dessa forma: construindo com muita delicadeza e profundidade, toda a lógica desse mundo capitalista, em choque com o ser humano. São muitas as cenas em que os Dardenne transbordam seu filme de possibilidades, interpretações. E o final é a conclusão perfeita para a obra impressionante que é L’Enfant. Bruno, em uma odisséia em busca de sua humanidade, ao final encontrará sua redenção. E os irmãos cineastas redentores que são, irão com isso, criar um belo manifesto humanista, tentando nos mostrar que, apesar de vivermos em um mundo em que o capital parece estar sempre à frente do índivíduo, ainda somos humanos. Triste, mas sublime!
Rafael C. Parrode
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OS MONSTROS DA CENA UNDERGROUND



Em entrevista, Léo Razuk, um dos sócios da Monstro Discos, fala da história do selo, dos festivais e sobre o que o público pode esperar da 12° edição do Goiânia Noise.


A Monstro Discos surgiu no início de 1998. Léo Bigode e Márcio Jr. tinham uma sociedade em uma loja de discos que estava perto da falência. Então, juntos, decidiram criar um selo independente, a Monstro Discos. O selo divulgaria o trabalho das bandas no festival que eles também administravam, o Goiânia Noise, que reúne bandas independentes de todo o Brasil.
Léo Bigode sabia como administrar a Monstro, sabia como produzir os discos, mas não sabia fazer shows. Paralelamente a este projeto, Fabrício Nobre, vocalista da banda MQN (Melhor Que Nada), tentava manter a sua Me and My Monkey Records de pé. Ao contrário de Léo, Fabrício não sabia produzir um bom disco, mas de shows o rapaz entendia bem. “Ele mesmo chegou à conclusão que o negócio não era fazer disco, que ele não tinha a manha de fazer disco, mas tinha a manha de fazer show.”, diz Razuk. Foi aí que Fabrício decidiu criar o Bananada (festival de bandas independentes, semelhante ao Noise). “Quando o Fabrício criou o Bananada ele foi muito influenciado pelo Goiânia Noise e pela própria Monstro. Ele era público, consumidor do Noise e então ele resolveu criar o dele, sair da cadeira e criar alguma coisa.”
Léo produzia bons discos. Fabrício produzia bons shows. Dessa união feliz nasceu o “protótipo” do que a Monstro Discos é hoje. Para completar essa promissora união, o jornalista Léo Razuk, que já estava trabalhando com a Monstros, decidiu entrar na sociedade. O primeiro trabalho dos quatro como sócios foi a produção do show do Mudhoney, uma das bandas de garagem nascidas em Seattle. O trabalho e a união dos “quatro monstros” começaram a dar resultados. “Ele (Fabrício) começou a dar um profissionalismo maior nos shows, de qualidade de equipamentos para as bandas tocarem, de buscar locais que fossem mais adequados para as bandas se apresentarem, aí eu acho que o negócio começou a andar.”
A Monstro Discos começou a ter visibilidade no Brasil inteiro devido à qualidade dos cds, das bandas e dos festivais. Foi aí que decidiram fazer parceria com outros selos independentes, entre eles a Tratore, de São Paulo, que cuida da distribuição dos discos da Monstro pelo Brasil. “Fizemos essa parceria com esses selos com o objetivo de unir nossas forças e poder contar com a ajuda logística da Tratore. A grande dificuldade dos selos independentes é a distribuição dos produtos.”
Há, também, outras dificuldades tão grandes quanto a de distribuição. A rentabilidade dos selos independentes é muito pequena. No caso da Monstro, o retorno é maior e mais rápido com os festivais, principalmente se eles tiverem apoio e patrocínio. Mas, infelizmente, isso nem sempre acontece: “Na maioria das edições dos festivais a gente depende quase totalmente da bilheteria.”
A filosofia da Monstros é a do “faça você mesmo” e com essa idéia na cabeça, vontade, dedicação e um pouco de loucura, os quatros sócios correm atrás dos objetivos e conseguem mostrar que Goiânia, apesar da fama de sertanejo-brega, é também a terra do rock’n’roll alternativo.
Esse ano o Goiânia Noise completa 12 anos! Considerado a maior festa do rock independente brasileiro, o festival acontece entre os dias 24 e 26 de novembro e vai reunir 33 bandas em três grandes noites de rock! Serão shows com bandas consagradas como Los Hermanos, Matanza, Nação Zumbi, Ratos de Porão, Mundo Livre S/A, MQN, Valentina, Pata de Elefante, Prot(o), Violins, Mechanics, e outras 22 bandas dos mais diferentes lugares e estilos.
A novidade esse ano é o espaço onde acontecerá o festival: o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Antes realizado em locais como Centro Cultural Martim Cererê e Jóquei Clube de Goiânia, o Goiânia Noise parte para uma estrutura cada vez mais ampla e melhor. O espaço recém – inaugurado é amplo, confortável e seguro, com ótima estrutura de som e iluminação. O novo centro cultural da cidade tem agradado o público com vantagens, como por exemplo, área 100 % coberta, ar condicionado e estacionamento fechado com capacidade para 350 carros.
Segundo Fabrício, o festival é o resultado de um semestre de esforço, para trazer a Goiânia bandas clássicas da cena underground brasileira, novidades que ainda não tocaram em nenhum festival independente do país e o melhor da cena local. As grandes atrações são Los Hermanos, que fecha a primeira noite de shows, Nação Zumbi, que encerra a segunda noite e Ratos de Porão, para finalizar o último dia! Haverá, também, como já é de costume, praça de alimentação e stands de vendas de produtos ligados à cultura rock.
O preço dos ingressos está a R$ 20, 00 por dia e R$ 50, 00 o passaporte para os três dias de festival, à venda na Tribo do Açaí, Ambiente Skate Shop, Hocus Pocus ou na Monstro Discos. Quem se interessar pelo passaporte deve correr, pois só foram postos 300 passaportes à venda!
Camila Pessoa e Carollyne Almeida.
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