terça-feira, 14 de novembro de 2006

Não só literatura, não só ela.

"A verdadeira filosofia nos permite descobrir isto ou aquilo; a literatura, tudo". (Gonçalo Armijos Palácios)


Teorias e mais teorias não se cansam e, provavelmente, jamais se cansarão de dissertar a respeito do que é, enfim, a literatura. Do entretenimento ao engajamento político, do teatro grego antigo à literatura do absurdo, também suas funções na sociedade são amplamente discutidas. Então, se levarmos em conta todas as suas manifestações ao longo da história – engavetadas em suas poéticas e escolas – , teremos tanto a dizer, que o propósito de explorarmos a própria literatura e, conseqüentemente, seu foco principal, que são as obras literárias, será perdido, como não raramente acontece.

Seria muita pretensão, um sinal de ignorância e causaria polêmica tachar essa editoria dedicada somente à literatura ou como dedicada à literatura. Não posso, seja por incapacidade ou por sentir impossibilidade, excluir todo o restante das editorias dessa publicação de um viés literário, já que a linha que separa as ciências humanas é tênue. Também não poderia afirmar que aqui estaria tratando apenas da mais pura literatura, desvinculada de tudo que dela necessita ou de tudo que a auxilia, seja no campo das artes, do jornalismo, da filosofia, da história etc.

Refiro-me à literatura num grau mais elevado, numa abordagem mais específica e no papel de protagonista. Ensaios, poemas, críticas, divulgações, análises etc. Serão aparatos cruciais para unir o entretenimento, a linguagem, o conhecimento e a exploração de uma arte tão apreciada.

É fato que uma citação é só uma citação ou uma poderosa arma quando retirada do seu contexto e jogada num ambiente qualquer, passível de diferentes interpretações. E uma citação é um aperitivo ou um símbolo da impossibilidade de se expor, num determinado contexto, uma obra inteira. Talvez a epígrafe citada aqui, publicada em um artigo de jornal sobre a importância da literatura, possa parecer pretensiosa e contraditória, atribuindo um crédito maior à literatura, em detrimento da filosofia. Essa citação poderia extrapolar esse entendimento, supervalorizando a literatura, diante das outras artes ou meios de comunicação, porque, aqui neste espaço, a literatura não tem limites. Tampouco terá para o leitor.
Maria Clara Dunck.
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