domingo, 25 de novembro de 2007

“Síndrome do Fantástico”... Happy Xmas..

“A very merry Xmas/and a happy new year/

Let’s hope it’s a good one,/Without any fear”

(John Lennon & Yoko Ono)

Já começou e faz algumas semanas...

Os “shopping’s” (populares ou chiquês) há tempos vem indicando suas promoções para mais uma fase de intenso consumo, a velha adjetivação: “consumo natalino”... Quem diria que a festa católica prioritária do mundo anglo-saxão pudesse transformar o “nascimento do s(S)alvador” na mais infinita e profunda relação de homem-coisa, homem-consumista já imaginável.

Telejornais, semanários, o próprio programa dominical mencionado neste blog em minhas insensatas viagens, além, é claro, dos espaços comerciais que (pode prestar atenção) sempre faz nossos aparelhos de TV aumentarem SOZINHOS o volume, as ofertas, promoções, formas de pagamento “para 2008” etc. abundam nossos lares.

Cantigas de atores e atrizes (focando sempre os mais famosos, bonitos e formadores de opinião), comerciais-musicais com nossos cantores/as e favoritos/as ou em evidência, com músicas que tocam nossos corações também ocupam, fácil, fácil, 50% destes espaços.

Mais angustiante é a sensação de que quem acaba definindo o que “queremos” comprar e adquirir para nossas vidas não é a gente e, sim, a grande propaganda de bens e serviços. Aliás, o documentário “The Corporation” aborda isso com uma profundidade espetacular.

Ou seja, parece-me que qualquer crítica ao “tempo de ser feliz”, “tempo de amar” e, claro, “tempo de dar presentes” que os festejos de Natal e Final de Ano serviriam, apenas, para pequenas reflexões, pois a grande maioria de nós, caros leitores e não-leitores, sempre planeja algo para o Natal e o Ano Novo e, neste planejamento, as nossas listas de compra de presentes fazem parte. Então, por mais que sejam coerentes, fundamentadas e verdadeiras as minhas ou nossas reflexões, críticas, preocupações etc., viveremos esse momento por nós, por nossas famílias, por nossos amigos... E eu até acho que é bom, pois também podemos (e precisamos) resignificar este momento.

Há alguns anos eu aprendi uma pequena, mas importante lição e que vem me guiando há tempos nestas e outras épocas tendenciosamente consumistas – Natal, Dia das Mães e dos Pais, Namorados etc.: que possamos fazer de nosso(s) presente(s) de “Feliz Seja-lá-o-que-for” algo que supere a sensação de consumo que os valores capitalistas nos impõe cotidianamente.

A lição: sempre que presenteamos alguém, o fazemos como forma de dizer o quão importante esse alguém é em nossas vidas, o quanto significam e, também, o que essa pessoa, sua história, suas palavras, as alegrias e tristezas significam, qual o papel disso tudo em nossas vidas, quais marcas e palavras deixam, quais cicatrizes nos impõe e/ou até mesmo curam. E fazemos disso uma relação recíproca. Algo do tipo: “por sua história, por seus valores, por sua vida e pelo que tudo isso significa em minha vida, te presenteio...”.

Imaginem, caros amigos, vocês não apenas fazerem uma lista de pessoas que irão presentear, mas, e principalmente, o que irão presentear!

Que este Natal que se aproxima possamos nos desafiar a encontrar um elo concreto, verdadeiro, histórico em nossas relações e que nossos presentes possam, sem medo de chavões (e as críticas), ter sentido e significado.

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

E não se esqueçam... pode ser que esses artigos ajudem em meu humilde currículo. Se for citar algumas das viagens que faço por aqui, me cite também, ok? E boas compras.