quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Permite que eu feche os meus olhos,
Pois é muito longe e tão tarde.
Pensei que era apenas demora,
E cantando pus-me a esperar-te.
(Cecília Meireles)

“Não te quero ter, pois em meu ser tudo estaria terminado...
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados...
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada...”
(Vinícius de Moraes)

“Às vezes nos falta esperança, mas alguém aparece para nos confortar. (...) Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.”
(Luis Fernando Veríssimo)

“Quando o verdor esperançosoDará alegrias aos que espera?Que o caule verde seja rosaRosa purpúrea e... bela!”

(Walter De Castro)

Arte finalista
Alguém que meta os pés pelas mãos, que seja bem mais inconseqüente que eu...

Pois eu sempre tive muita consciência de viver a insanidade e ser sã.
E mesmo sabendo de todos os defeitos que esse alguém possa ter
Eu quero que todo a meu ser passional seja libertado.

Alguém que não peça, mas exija um descuido
]E que implore o que eu nunca poderia dar numa gota de desespero.
O esposo da loucura e a irmã do infortúnio.
Porque toda chama não vagueia sem os ventos e
A quase brisa-viva do candeeiro.

Peças alusivas a uma vontade-desejo.
Eu que quis que tudo se espandisse de mim mesma
Cri na minha falta de vocação ao subversivo:
A preguiça que esse alguém me aconchegue.

Noites de cores de tendas caídas
E meu “não me importo” de dores nas juntas.
Mãos serenas que pesquisam a todo momento os tipos de toque
E o adeus por segundos.

Alguém que venha, mas que volte de onde não sei porque eu sempre pelejo
Pela fé, desabotoada de seu abrigo.

Ah, essa pessoa que me destrói e me reconstitui imperfeita
Em que todas a cola que derrete na primeira tempestade
Se transforma no alto-relevo que faltava.


Maria Clara Dunck
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