quarta-feira, 28 de março de 2007

Fechada

Quero ser uma porta
Branca e envernizada, enquadrada nas paredes
E justificada nas réguas pra não ser torta.

Nada quero que me preencham,
Oca e sonora, seria eu mesma e meu nada.
Portas costumeiras, mas não na leveza.

Linda, estável, modificada:
A porta que não mede o que entra e o que sai
Apenas o que jamais a afetará.

Porta de maçanetas douradas
De quarto de bebê; na verdade,
Eu só não quero ficar em frente à sacada.

Maria Clara Dunck
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terça-feira, 27 de março de 2007

NEM AREIA, NEM PEDRA


‘’Eu sou poeta e não aprendi a amar.’’ (Cazuza e Frejat)




Amar se aprende amando, já dizia o poeta – ou terá sido o filósofo? Não importa, vale saber que amar é muito mais que mergulhar de olhos fechados num mar de sensações e sonhos. Que é mais que o friozinho na barriga, as mãos suadas – ou espalmadas, como diria Vinícius. ‘Amar se aprende amando’, mas afinal como sabemos onde está a fronteira entre o apreço sincero ou o tesão ou a carência e o amor?


Honestamente? Não sei. Sei apenas que o mito do amor romântico já não cabe mais. Idealizar o ser amado, vesti-lo num modelo pré-fabricado de parceiro é caminho sem volta para a decepção. Há muitos anos ouvi uma frase, no capítulo final de uma novela das sete horas (engraçado isso), o homem dizia à mulher ‘’não amo você ‘apesar de’, mas ‘por causa de’’’. Amar talvez seja isso, aceitar o outro tal qual ele é realmente. Porque ele é egocêntrico e inflexível – e há aí um largo espaço para aprendizado recíproco e crescimento –, e não apesar de ela ser defensiva, que comporta uma sensação de ‘’então tá, eu aturo’’. Encarar a humanidade do parceiro, ver-se desnudada por ele, crescer com isso.


Estar disposto a ver de frente a humanidade do outro é colocar-se pronto para a construção do relacionamento, para a construção do amor. Não mais o amor romântico, que não depende de esforços, posto que é como chama ardente que se acende e se apaga, mas o amor platônico – cuidado aqui com o senso comum de amor platônico, vale ler um pouco mais a respeito do conceito de amor, segundo Platão – que se modifica e amadurece, que se liberta do plano mesquinho dos fatos, rumo ao plano das idéias.


Essa construção, tenho aprendido, não é possível sobre areia, tampouco é possível sobre rocha. O que significa isso, afinal? Sinto que ao estabelecer as bases do relacionamento sobre terrenos incertos – insegurança, medo, superficialidade – fica prejudicada a segurança mínima para fluir o relacionamento. Por outro lado, ao buscar a firmeza da rocha como lócus para a construção dos alicerces, perde-se a flexibilidade necessária para sobreviver aos ventos e tempestades característicos da adaptação de dois indivíduos, com formação, estrutura e história emocionais diferentes, muitas vezes muito diferentes.


Entra aqui a sabedoria chinesa sobre o bambu, que é firme, sem ser rígido e, é sólido, sem ser pesado. Tais características, a meu sentir, compõem ou constroem a relação em bases reais. Relações amparadas, volto a dizer, não no amor romântico que ouve Puccini no primeiro beijo, mas no amor platônico, que cresce e evolui sete degraus, um após o outro. A relação consciente, escolhida – o amor. Será que isso responde à pergunta?



‘’Como sabemos qual a linha que separa o apreço sincero do amor?’’ (E.T., 37 anos, numa madrugada dessas).



‘’Mas há quem passe toda a vida desiludido porque toda a vida sonha com uma ilusão e nunca arrisca amar a sério, com carne e sangue e lágrimas...’’ (comentário no Blog Silêncio, em 08 de outubro de 2003.)




Sobre o Amor Romântico:
http://www.usuarios.unincor.br/luisfranope/Amor%20romantico.htm http://silencio.weblog.com.pt/arquivo/015333.html


Sobre o Amor Platônico :
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2005/04/amor_platonico.html




Maria Cláudia Cabral
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quarta-feira, 21 de março de 2007

As mulheres, os homens, as mulheres homens e os homens mulheres - Segunda parte

Uma magnitude


Um homem para cada dia de medo.
Um orelha feita de argila e outra de gelo.

Que ele venha por telefone ou por escrito:
Piedoso nas faltas, que não aconselhe nos gritos.

Homem desencanado dos vícios,
Preconceituoso de quermesse.
Porque o homem de botequim me dá medo
E o de livrarias nem sempre sabe o preço.

Homens que são como as melhores poesias:
Feitas no banho,
Que quando enxuto o corpo da água que refresca
Tudo já se esquece.

Maria Clara Dunck
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terça-feira, 20 de março de 2007

AS NOSSAS ESTRANHAS CERTEZAS ABSOLUTAS DE CADA DIA



‘’Onde queres o ato eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidão
Onde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói’’
(Caetano Veloso)





Alguém disse certa feita, que expectativa é o caminho mais curto para a decepção. Certo! Ao esperarmos azul, quando encontramos um dulcíssimo lilás não o queremos, não nos serve, simplesmente porque não era azul, e não por que lilás não seja bom – na verdade nem pensamos sobre a possibilidade do lilás, nem nos permitimos experimentar lilás.

Complexo? Nem um pouco, faz parte de nossa natureza controladora querer que coisas e pessoas sejam aquilo que queremos, ajam como esperamos. Assim, se esperamos um pedido de casamento com anel de brilhantes e o outro aparece com uma proposta de compartilhar um ‘’apêzinho’’ decorado em parceria, pronto! Já ficamos amuados, onde está meu pedido de casamento, em meio a espumante e lágrimas?

Nos recusamos não só a abrir mão de nossas receitinhas prontas de o que é felicidade, de o que é o homem/mulher que sonhamos para nós, como também cometemos o supremo sacrilégio – contra nós mesmos – de não avisar ao outro o que esperamos.

Imaginamos uma super viagem às Bahamas: muito sol, mar e mergulho, e, se recebemos um convite para uma viagem romântica para Praga, nos entregamos a elocubrar que ele/ela não nos dá o valor que merecemos, não está interessado como deveria ou como gostaríamos que estivesse. Sequer pensamos na grandiosidade de Praga.

Em regra, recusamo-nos a ver o que o outro tem, e focamos naquilo que lhe falta – ou ainda pior, naquilo que imaginamos que ele teria e, que, ele não tem (ou que não lhe demos tempo de mostrar que tem). Detalhe: o outro nunca disse que tinha, mas ainda assim sentimo-nos enganados, traídos em nossos sonhos.

Freqüentemente desejamos não o outro, mas alguém que idealizamos. E não importa o que custe, importa encaixar aquele/aquela que está diante de nós no modelo que queremos, seja fisicamente, seja emocionalmente. Assim é com pessoas, assim é com comportamentos.

Queremos que o outro nos ligue no dia seguinte pela manhã, se não for assim, significa que ele não está interessado. Ou queremos que o retorno seja recheado de propostas concretas, diante dos espaços em branco que deixamos, e, se assim não é, significa que não fomos importantes, o interlocutor não nos quer. (mas nós não fazemos propostas concretas).

Como somos peritos em julgar o comportamento e os sentimentos de nossos interlocutores... Como somos bons nas certezas absolutas, em nossas convicções cotidianas sobre o que é que o outro pensa e sente. O significado dos silêncios, das ausências, das vírgulas e até da telefonia móvel, que falha. Enfim, como somos espertos, ninguém nos engana, ninguém nos ‘’usa’’! Enchemo-nos de razão e seguimos, dedo em riste, bradando aos quatro ventos: ninguém me usa, ninguém me faz de bobo, ninguém me abandona assim! Questão fechada! Para quê dialogar? Para quê esclarecer? O outro não me serve, e isto é tudo – às vezes orgulho, às vezes desinteresse puro e simples, fruto da insustentável leveza do ser.

Nessas idas e vindas perdemos chances inestimáveis de encontrar, não a pessoa perfeita, mas aquele que poderia ser perfeito para nós. Aquele ou aquela que nos auxiliaria a vencer algumas de nossas limitações, nos auxiliaria a abrir mão do egocentrismo ou do orgulho – mesmo que só um pouco. E a quem ajudaríamos a vencer o medo da entrega, a pressa ou a estranha mania de ter certezas – malditas convicções!


‘’Esperava MUITO mais de você!”(M.D., 38 anos, depois de uma semana de um primeiro e único encontro)
‘’Eu continuo não entendendo o que fiz/não fiz’’ (C., 38 anos, depois de uma semana de um primeiro e único encontro).

''Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.'' (Martha Medeiros)



Maria Cláudia Cabral
Copyright da Autora. Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 14 de março de 2007

As mulheres, os homens, as mulheres homens e os homens mulheres - Primeira parte

É o mundo que eu posso sentir.


Eu em mim mesmando...
Precisando de uma rotina
E de um crime a cada dia;
De uma noite emblemática
E dê uma, vadia.

E o meu horror às reticências é muito ambíguo:
Esvai-se nos mistérios contidos
E engrandece-se nos clichês fingidos.

Cuidado ao errar, me disseram risonhos,
E esqueci, ao melhor amigo lembrando que, mesmo habit(u)ando,
A gente gosta ou não gosta, reticências.

Mulher à mão. Nos pés,
E quanto a mim?
Onde há dor e prazer.


Maria Clara Dunck
Copyright Arca Mundo. Todos os direitos reservados

Dúvida...

Escreve
Pára
Escreve
Apaga
Reescreve
Pensa
Pára
Desiste

Escreve
Apaga
Escreve
Pára
Reflete
Não pára
Persiste

Escreve
Pensa
Escreve
Rasura
Escreve
Pára
Desiste

Dúvida...


''A palavra foi dada ao homem para esconder o seu pensamento" (Stendhal)








Maria Cláudia Cabral
Copyright da Autora. Direitos Reservados.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Cáries

"Assim, as últimas páginas de um livro já estão nas primeiras páginas. Este nó é inevitável." (O Mito de Sísifo - Camus)


Se os degraus da escada fossem a soma de minhas contestações
A subida seria a reserva do que já é esperado.
Desde quando ao pisar forte, me doeram os dentes,
Desisti de prevenir cáries,
Já que elas sempre aparecem.

Deixou uma mensagem na minha geladeira,
E eu, que nunca como em casa, não a vi.
Puta falta me faz a fome,
Deixando que a vida me reserve o
Nada.

Mas, enfim,
Deus sempre me busca,
Eu, poeta, que me abandonei
Mesmo.


Maria Clara Dunck
Copyright Arca Mundo. Todos os direitos reservados.

terça-feira, 6 de março de 2007

A Menina e o Fogo



'Há tanta coisa parada na garganta
Não sabia que era tanta
Não sabia que era tanta.
(a Autora)


Lá vem a menina de novo. Epa!! Está chorosa, a menina. O que houve? Queimou-se? Como? Onde? Conte-me tudo!


Foi assim... Há muitos e muitos anos, num reino muito distante daqui, vivia a alegre e faceira menina. Estava ela, como de hábito, encantada. Sim, encantada pela beleza da chama, que dançava intensa e harmoniosamente. Sorria com os olhos e a boca, com as mãozinhas infantis, aplaudia. Como era linda aquela chama, vermelha, amarela, alaranjada e azul... Como era forte e leve! Tão lindo que a menina teve vontade de tocá-la. E, sem nenhum receio, a tocou.


Encantada que estava nem percebeu, a princípio, a dor. Quando se deu conta, já se havia ferido. Queimou-se, a menina. Queimou-se e chorou, chorou muito em razão da intensa dor que lhe causou aquela chama.

A mãe da menina tratou a ferida, deu-lhe gotas de esperança e cápsulas de amor. O pai da menina a colocou no colo, e fez de suas palavras sábias sobre os perigos de pôr a mão em uma chama, um ungüento que aliviou-lhe as dores. Com o passar do tempo, a ferida foi lentamente cicatrizando. A marca, no entanto, ficou na pele e no coração da menina. Sempre que via o fogo, ainda que encantada por ele, ela se lembrava da chama, temia e a ferida doía.
Se por um lado, queria tocá-lo, por outro a lembrança da dor que sentira a afastava. Mesmo a chama de uma vela a assustava, mesmo a chama de um minúsculo fósforo a fazia reviver – no coração – a dor sentida. A ferida estava viva e por mais que tentasse não conseguia superar aquela dor.

Muito tempo se passou e a menina seguia sua vidinha de criança. Esquecera-se do episódio da chama e a cicatriz já não era mais visível em sua pele. Brincava com tudo, divertia-se e ria. Ela ria muito. Era vivaz e corajosa, a menina. Curiosamente, ao ver a luz de uma chama, seu coraçãozinho infantil se angustiava, já não sabia o porquê, posto que a ferida já cicatrizara. Sentia medo, a menina.

Certo é que o fogo a encantava, mas a assustava também. Ela tinha medo do fogo, não sabia bem o porquê, mas temia. Ainda que o fogo parecesse amigo, ainda que se sentisse atraída por ele, aproximava-se lentamente. À medida que se chegava, o calor da proximidade aumentava e ela se irritava – não com ele, mas com ela mesma, por sentir-se tão dele. Brigava com as chamas que a atraíam, chegava a desprezar sua beleza e intensidade. Fazia pouco caso do fogo, fingia que não era com ela. E, invariavelmente, virava-lhe as costas imediatamente, ao menor sinal de contato mais próximo. Sentia raiva da dor que lhe causara a chama. Como se a dor ainda existisse... E existia, em algum lugar, num bauzinho velho e poeirento, escondido no fundo de um quarto escuro. Ela existia, ela estava lá.
Maria Cláudia Cabral
Copyright da Autora. Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 1 de março de 2007

UM CINEASTA APOCALÍPTICO


Mel Gibson pode ser acusado de anti-semitismo, de bebedeiras e problemas com a polícia, de seu machismo, arrogância, mas o que nos interessa aqui é a figura do cineasta que ele vem criando desde seu primeiro filme o Homem sem Face de 1993. Sim, por que ele, com esse Apocalypto demonstra que é mesmo um autor de cinema interessado em ter uma estética, uma maneira pessoal de coordenar elementos (no caso, fílmicos) para apresentação de um assunto e a maneira que ele irá abordá-lo.

É intrigante analisar que Gibson coloca todos os seus protagonistas no limite do sofrimento físico, da violência, da carne e do sangue, do martírio provocado por seus oponentes e de sua redenção final. Foi assim em O Homem Sem Face, Coração Valente, A Paixão de Cristo e agora em Apocalypto. Mesmo que morram (como o líder escocês de seu segundo longa ou como Jesus) seus personagens acabam por promover grandes conquistas, para si mesmos e/ou para os seus.

Se em A Paixão de Cristo esse percurso da violência já havia sido levado ao extremo ao mostrar o corpo de Cristo sendo dilacerado, aqui em Apocalypto, ele parece querer levar esse espetáculo adiante. Vejamos, Jaguar Paw, jovem maia que é capturado junto com sua tribo pelos Incas para serem oferecidos como sacrifício aos Deuses, deixando sua mulher e filho para trás. Ao fugir inicia-se uma sangrenta caçada em que ele sofrerá intensas agressões físicas a fim de resgatar sua família. O mais interessante porém, é que todo esse percurso de violência percorrido por Jaguar Paw parece justificar a operação-assinatura estética de Gibson, o uso da câmera lenta, a violência gráfica...

Gibson filma no gerúndio: ele quer o movimento na dimensão do "movimentando", como se o martírio estivesse sempre em curso, nunca concluído, como a história da tartaruga de Arquimedes, que nunca chegará ao final da corrida. Dessa forma ele parece querer mostrar bem de perto as conseqüências desse martírio no corpo de seu protagonista (ou mesmo de seus algozes), com a violência sendo levada ao limite. Gibson investe na intensidade da dor como mecanismo para expectativa da ação, seja prolongando o martírio de Jaguar Paw até o final, seja violentando todos os outros personagens do filme até que ele se conclua.

Mais interessante porém é o domínio que Mel Gibson adquiriu ao longo do tempo de sua misé-en-scéne. Basta analisarmos a primeira cena do filme. Por um momento me vi dentro de alguma obra do tailandês Apichatpong Wheerasethakul (ou Joe como é chamado, diretor de Tropical Malady, Eternamente Sua e Sídromes e um Século) suas profundas imersões dentro de florestas e seu uso efusivo do verde. No caso de Apocalypto, a primeira cena se parece bastante com uma imerssão do tailandês e seu Síndromes e um Séculos, com a diferença de que daquele verde surgirá uma anta que será caçada até seu final violentamente trágico. Gibson articula seus componentes fílmicos de maneira brilhante, consciente de que tem nas mãos um material que pode lhe render imagens magníficas, seja dentro das florestas densas da América do século 16, seja nas impressionantes cenas dentro da cidade Inca. Detalhe importante de que assim como Joe, Gibson filma tudo em digital, e o resultado é sempre impressionante.

Curioso ainda perceber que Apocalypto é claramente um filme de gênero. Comparações à Mad Max e Duro de Matar não são atôa. Com um senso de velocidade impecável, Gibson consegue construir apartir de tantos clichês do gênero, um filme que não se parece com nada, mas que é claramente filho remixado dos filmes de ação hollywoodianos, temperados com o tema família e com a já tão comentada ultra-violência. Ou seja, Apocalypto é um filme para a família, mas cruelmente feito para deixar essa família com os olhos arregalados, ainda que essa instituição saia ilesa do cinema, com um belo sorriso no rosto.

Fica claro diante disso tudo que Gibson quis passar longe de um relato histórico e puramente documental sobre maias e incas. O cineasta gosta de trabalhar com gêneros. Seja no drama (O Homem sem Face), ou no épico de aventura (Coração Valente), seja no terror gore (A Paixão de Cristo), ou nesse último caso um filme de ação (Apocalypto). Assim ele se concentra em mostrar fora da ação, o modo de vida daquela civilização – o que me lembrou O Novo Mundo de Terrence Malick – como caçavam, como lutavam, como rezavam... e mesmo que aquilo não seja historicamente correto, me pareceu bastante crível. O que importa naquilo tudo é mesmo a ação e a forma com que Gibson irá registrar o corpo sendo perseguido e violentado. Apocalypto pode ainda nos trazer outras nuances sobre civilização, sobre essa sociedade contemporânea. Isso só ficará mais claro com futuras revisões. Na verdade o grande encantamento do filme é o de ele ser o filme de ação alucinante e tão bem arquitetado que é.
Rafael C. Parrode
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