- Ãaa, ãaa, ãaa, ãaa, ãaa, ãaam... Cã, cã, cã! (...) Nossa, sonhei que perdia o ar e acordei engasgada.
- É, eu vi.
- Já é meia-noite?
- Quase...
- Como você sabe?
- Eu sei.
- E se for meia-noite e a gente não souber?
- A gente vai saber.
- Então só você vai saber...
- Pode ser, então.
- Diga-me claramente quando chegar a hora!
- Pode deixar, eu aviso com antecedência quando o momento se aproximar...
- Jura?
- Juro.
- Pelo nosso amor?
- Pelo nosso amor.
- Nosso amor é a coisa mais importante, não é?!
- Nosso amor é a coisa mais importante pra mim, depois de você.
- E se existir só eu e não mais o nosso amor, você vai sofrer?
- Vou, mais ainda zelarei pro você.
- O que faria para cuidar de mim?
- Seria o que sou agora, o melhor que posso ser.
- Jura?
- Juro.
- Jura até por mim?
- Juro.
- ...
- ...
- ...
- Está chegando a hora.
- Apague as velas, então.
- Acho melhor você apagar...
- E você, o que fará?
- Deixe que eu fecho as janelas.
- Feche-as, por favor.
- Pronta?
- Pronto.
- Pronto?
- Pronto.
- Ok, já podemos nos deitar.
- Sim.
- E nos dar as mãos?
- Sim.
- Pegou?
- Peguei.
- Vai doer?
- Já falei que não sei...
- Então o faça logo.
- Ok.
- Te amo!
- Eu também te amo...
(Breve som, abafado, meio agudo, estranho).
- Ãaa, ãaa, ãaa,ãaa, ãaa, ãaam...
(Um suspiro).
- Ok.
(Breve som, abafado, meio agudo, doce).
- ...
- ...
- Acabou?
- ...
- E então?
- ...
- Amor?
- Abra as janelas, vai...
Maria Clara Dunck. Copyright da Autora. Todos os direitos reservados.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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