domingo, 13 de janeiro de 2008

“Síndrome do Fantástico”... Sinos de Londres...

Era o ano de 1989... havia entrado em um curso superior de Licenciatura em educação física e, na Faculdade de Educação Física de São Caetano do Sul (de onde seria convidado a não mais me matricular três anos depois), havia convidado uns amigos para formar uma banda de rock. O nome era Afã.

Um ano depois, tive que assumir os vocais (eu só tocava a guitarra e fazia o tal do “backing vocal’s), pois o nosso vocalista, depois de um ano, havia optado pela carreira solo... se é que ele teve a carreira solo, pois a banda mal tinha imaginado decolar.

Ficamos eu, Eduardo (que, além de baterista, era um amigo de infância, da “rua de baixo”) e Sérgio, um baixista que ficou alucinado com a nossa participação em um Festival de Música um ano antes e quis entrar para a banda.

No segundo ano desta segunda formação, compus uma música no piano. Sim, no piano (a minha herança de mainha quando ela terminar sua tarefa por essas bandas) e, depois de convidar a namorada do Baixista para assumir essa tarefa de tocá-lo (que decisão equivocada), re-assumi a guitarra e, junto com Eduardo, um baterista primeira-linha, organizamos a melodia da banda para aquela canção que seria a última que, certamente, iríamos tocar enquanto conjunto.

Faturamos, naquele festival, o prêmio de melhor conjunto...

O Afã fez algumas coisas legais, mas, na minha opinião, apesar das diferenças daquela última formação, foi a que fez coisas fantásticas... Da banda, só sei do baterista... e de minhas viagens (que continuei durante algum tempo...).

Apresento “Sinos de Londres”:

“Tudo era só desabafo / Não sabia chorar / Não sabia falar de amor / Não sabia viver toda a sua essência final.

Quando acordei no mundo / não entendi o porquê de não ver você / Espalhado na figura do seu palhaço. / No quadro, ele inerte, e a parede em chamas. / Queria a solução dos seis problemas / em mais uma viagem fantástica. / Sua mente inerte não percebeu./ Assinaram suas palavras / no seu túnel final.

Fale-me mal! / Na sua mente não tem ninguém. / Só a ilusão imortal...

Passeava no seu quarto fechado / com uma lâmina na mão: ‘é a minha saída!’ / Do oriente ao Báltico / e nos Sinos de Londres, / figuras magistrais o levavam muito além / de uma simples paisagem mórbida. / E seus personagens, invulneráveis, / esperavam de você uma dose a mais. / Nos olhos de um irmão / sai resposta final era não.

Fale-me mal / Na sua mente não tem ninguém. / Só queria ser um imortal”

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.: Essa canção tem registro da letra e tem melodia própria – e no piano, o que é mais importante ainda. Se for, por aí, citá-la, lembre-se da história destas letras amontoadas, melodicamente amontoadas... e reconheça-a.