‘’ Amor é um livroSexo é esporteSexo é escolhaAmor é sorte...’’
(Rita Lee)
Bem que tentei, mas não foi possível deixar o assunto da edição anterior. Inaugurando a almejada interatividade a que se propôs Arca Mundo, voltaremos ao tema.
Alguém comentou sobre o porquê não namorarmos nossos melhores amigos – apresentou como razões a possessividade, o rótulo do compromisso, a fidelidade – e atenção, desavisados, fidelidade não é lealdade - que surgem em razão do sexo. Fica a pergunta a martelar a minha cabeça: por que o sexo altera as relações a ponto de gerar expectativas e posse?
Em última análise estaríamos admitindo que há um abismo entre relações afetivas e relações sexuais. Mais que isso, estaríamos admitindo que o sexo macula o companheirismo, a confiança, o afeto, a parceria. De novo me pergunto: por que?
É como se ao entregar o corpo, surja o direito de ter direitos sobre o outro. Por que? Ao mesmo tempo, por que ao expressar afeto fisicamente por alguém necessito de um rótulo para designar aquela relação? Rótulos são o termo de posse? Não saberia responder a nenhuma das questões aqui propostas, aliás, foram postas para reflexão.
Certo é que enquanto sexo for uma ‘selva de epiléticos’ deixaremos de viver grandes histórias ou destruiremos umas tantas outras. Enquanto buscarmos garantias para nos entregarmos, seremos escravos de nós mesmos. Enquanto acreditarmos que podemos ter a posse de alguém – com ou sem sexo – estaremos aprisionados à ilusão de que somos Deus e podemos controlar algo além de nossos egos desgovernados. Pior que tudo, sofremos com isso.
...mas este ainda é o mundo em que vivemos, cabe a nós tentarmos mudar – não o mundo, não o outro – a nós mesmos e nossas atitudes diante das relações.
‘’...É, amores vêm e vão, amigos são para sempre’’ ( Uma mulher, 12 dez 2006).
‘’Se é para amar, siga amando os seus amigos, eles não te desapontarão enquanto forem amigos’’. (Um homem, 13 dez 2006).
Maria Claudia Cabral.
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