domingo, 12 de agosto de 2007

Síndrome do Fantástico... Pernambuco...




“Coração do Brasil! em teu seio/
Corre o sangue de heróis - rubro veio/
Que há de sempre o valor traduzir/
És a fonte da vida e da história/
Desse povo coberto de glória,/
O primeiro, talvez, no porvir/
Salve! Oh terra dos altos coqueiros!/
De belezas soberbo estendal!/
Nova Roma de bravos guerreiros/
Pernambuco, imortal! Imortal!”
(Hino de Pernambuco)


Semana passada me ausentei... não havia sido um bom final de final-de-semana... Mas, em outra oportunidade refletirei sobre o assunto daquela semana...
Hoje, falo de Pernambuco, pois estou em Recife.
Pernambuco! Terra do Maracatu de baque solto e de baque virado, do Cboclinho, do Coco de Roda, da La Ursa (“a La Ursa quer dinheio! Quem não dá é pirangueiro!”), da Ciranda, o Reisado, do Xaxado, Pastoril, Forró e Frevo... e de tudo isso misturado em todas as formas, num mosaico de ritmos que seguem cantando, dançando e escrevendo Cordel do Fogo Encantado, Cumadre Fulozinha, Cascabulho, Tiné, Devotos, Faces do Subúrbio, Mestre Ambrósio, Mundo Livre SA, Lia, Selma, Mestre Salustiano, Quinteto Violado, Lenine, Siba, Silvério Pessoa e duas dúzias de dúzias de artistas que cantam este estado e a região nordeste.
Pernambuco do Movimento de Cultura Popular (MCP da década de 60) e do Movimento Armorial, com Ariano Suassuna, Antônio Carlos Nóbrega, Antúlio e Antônio Madureira e de Nelson Ferreira, Raul Moraes e Capiba e suas obras imortais dedicas ao Carnaval de Pernambuco, além de obras contadas e cantadas nos quatro cantos deste país.
Pernambuco de belezas sempre focadas pela indústria do turismo – Ilha de Itamaracá, Caruaru, Porto de Galinhas etc. – mas com tantas outras belezas históricas que passam longe de nossos passeios programados pelas agências de turismo – Alto Zé do Pinho, Pina, Brasília Teimosa, Alto Santa Terezinha, Mercado São José, Parque do Caiara, Teatro do Parque, Madalena, Torre e a Várzea de Brennand e, saindo de Recife, de Moreno, Exú e Gravatá, de Aldeia, São Bento do Una e de Bezerros e seus mascarados. Das bacias hidrográficas do São Francisco (Velho Chico), Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão.
Pernambuco de inúmeras participações na história de liberdade deste país: Guerra dos Mascates, entre 1710 e 1712; a Revolução Pernambucana, em 1817 (cuja bandeira do estado teve seu nascedouro); a Confederação do Equador, em 1824; a Revolta Praieira, em 1848 e de Zumbi (pois Palmares ainda não era Alagoas) e de tantos outros movimentos no campo e da cidade, como o MASTER e o MCP.
Pernambuco de lutadores históricos: Abreu e Lima (que lutou pela América Latina Livre junto com Bolívar), de Joaquim Nabuco, Frei Caneca, Antonio Conselheiro, Lampião (bandido e herói), Miguel Arraes (que era cearense), Gilberto Freire, João Cabral de Melo Neto e de outras tantos mais anônimos aos livros de história – Hiram de Lima Pereira (que era de Caicó/RN e meu avô) e Paulo Cavalcante.
Pernambuco dos Blocos de Carnaval: Bloco das Flores, Andaluzas, Lírico Cordas e Retalhos, Bloco da Saudade, Eu Quero Mais, Flor do Eucalipto, Pierrots de São José, Madeira do Rosarinho, BrasCuba, o Homem da Meia-Noite, Bloco do Batata e incontáveis outros blocos resgatados nos últimos anos pelos governo populares do grande Recife.
Pernambuco, que com tudo isso, tem Glauce, Silvia (Tita) e Mateus, Jaime Amorim e Rubineuza, Ana Claudia Pessoa e Raminho, James, Mago e Dani (e o pequeno Vinicius), Báda, Modinho, Joanna, Aniele, Érika, Brunão, Magna, Janine e Antônio, Rei e Gi, Karina, Claudinha (e a pequena Bia), Adriana, Agostinho, Tereza, Socorro, Ana Rosa, Ana Maria e Alexandre, Mona, Bochecha, Hilberto, Daniele Cruz, Chica, Maris, Tio-primo Dinaldo, de meu Padrinho Nelson, Silvana e Karla, Tia Sônia, Bruno Maranhão, Cecinha (mana), Tati, Joba e Ísis, Serjão e o pé de feijão, Marli, Vanuza, Gerlane e o pequeno Mateus, Alexandre, Rossana e tanta gente que não cabem em dez balaios. Da UPE e o inesquecível ensinamento do Projeto Santo Amaro, do Projeto Nossa Escola, da UFPE – o mestrado (que me apresentou o Sertão de Pernambuco) e o Lúdico Revolucionário – e da grande idéia dos Círculos Populares de Esporte e Lazer.
Mas, hoje, e acima de tudo, terra de Seu Ardigam... homem de Limoeiro, e meu pai... e, por tudo isso e por Seu Ardigam, Viva Pernambuco...

Marcelo “Russo” Ferreira

Oxe! E vê se não se esquece de pesquisar esse povo “tudinho”, se for utilizar alguma coisa desta viagem de ritmos, nomes e cores, visse? E me cita também... Xêro!

5 comentários:

Anónimo disse...

Beleza Amigo!!
Legal tua expressão desta terra!!
Também sinto saudades e alegrias dos tempos vividos no Pernambuco, tchê!!
Grande abraço!
Da amiga Naná

Anónimo disse...

Legal esse amor incondicional! Não conheço o senhor Ardigam,mas pelo filho poderia chamá-lo de ARTEgam. Parabéns pelo dia dos pais. Pelo seu pai! Paz e luz!um forte abraço,
Luciana.

cecinhaamorim disse...

UAU!!!!Preciso recuperar-me do "E"stado de êxtase. Mano sempre criativo, sempre crítico e (principalmente)poeta. Admiro a forma como tua entrega acontece aos teus ideais e projetos. Admiro como consegue escrever, dar forma a sensações,fatos e afetos. Como supera desafetos e começa a gerar na poesia de tua luta um caminhar sempre forte e belo. Por isso e muuuuuuuuto mais, te admiro e desejo tua felicidade. Mana.

cecinhaamorim disse...

UAU!!!!Preciso recuperar-me do "E"stado de êxtase. Mano sempre criativo, sempre crítico e (principalmente)poeta. Admiro a forma como tua entrega acontece aos teus ideais e projetos. Admiro como consegue escrever, dar forma a sensações,fatos e afetos. Como superas desafetos e começas a gerar na poesia de tua luta um caminhar sempre forte e belo. Por isso e muuuuuuuuto mais, te admiro e desejo tua felicidade. Mana.

Anónimo disse...

Finalmente li não só este mais quase todos os teus textos a´te hoje.! Uma digamos overdose de reflexões e canções. E da presença forte e marcante de tua alma viva e pulsante, latente de ânsias e utopias, de mudar e fazer mudar o mundo.
Te admiro, sempre!!! :)
Gostei!
Maris