domingo, 2 de setembro de 2007

“Síndrome do Fantástico”... “p’ra não dizer que não falei das flores”...

“Vem, vamos embora, que espera não é saber/

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”

(Geraldo Vandré)

Esta semana recebi um convite para visitar um material construído naquele sítio virtual a qual a ex-princesa do pseudo-fenômeno (Ronaldo) processou por colocar um vídeo de uma “affair” íntimo com seu namorado numa praia européia...

Mas, nem a modelo, nem o fenômeno, nem o vídeo... Minha epígrafe, penso, sinaliza que minhas pretensões temáticas de hoje são outras...

O material em questão tratava-se de uma apresentação, daquelas do estilo “power point”, tendo a música de Geraldo como fundo musical e uma série de cenas (fotos) que nos levavam a possíveis reflexões sobre o poder, a guerra, a miséria, a pobreza, a riqueza etc., temas que, inclusive, já me arrisquei por estas andanças.

Mas duas coisas me chamaram a atenção nesta visita a aquele sítio e de maneira significativamente contraditória: a primeira foi a quantidade de material com a música “p’ra não dizer que não falei das flores” (uma das primeiras que aprendi a tocar no violão), cerca de 300 apresentações; a segunda, as diversas opiniões sobre os diversos materiais.

Refletindo sobre a segunda, fiquei impressionado com a amplitude de opiniões sobre apresentações diversas: “poderia usar fotos melhores, mais atuais”, “precisamos fazer acontecer”, “nós estamos cada vez mais acomodados”, “ai!, que saudade do tempo da ditadura” e por aí vai... Mas, mesmo eu não tendo muita paciência em ler uma a uma das reflexões sobre cada apresentação (especificamente aquelas no estilo “power point”), não identifiquei nenhuma que fosse a fundo no tema que, em princípio, a canção poderia – ou deveria – instigar.

Por outro lado, a quantidade de apresentações construídas com a canção de Geraldo Vandré me levava a outras veredas: quantos ainda escutam, cantam, re-cantam e, em temos de linguagem digital e globalização virtual, utilizam esta bela canção como pano de fundo? Minhas reflexões me levavam também a incontável quantidade de mensagens, também em “power point” com outra celebre (mas não tão completa) canção: “Imagine”, de John Lennon.

Mas, já que recebi aquele convite, gostaria de resgatar uma das estrofes daquela canção que, em todas as apresentações que assisti (cerca de 6 ou 7), não recebeu o sentido e significado merecido – assim como outras tantas: “Os amores na mente, as flores no chão/ A certeza na frente, a história na mão”. Seguir caminhando em nossa constante luta, entendendo-a como aquilo que nos faz coletivo, que nos faz históricos e, nas palavras de Anton Mararenko, que nos constrói como novos homens e mulheres, é algo que se completa com nossos amores... Lutar, sem amar, talvez não seja tão significativo. Todas as histórias que li e escutei de lutadores e lutadores que tombaram lutando tinham, evidentemente, a história em suas mãos, mas também seus amores, um(a) companheiro(a), seus filhos, sua família...

Assim, e ainda na linha de minha opção crítica em relação aos que “cansaram”, parece-me que a luta ainda necessita, na busca de seu sentido e significado, que tenhamos a história na mão e o amor, o verdadeiro amor, no coração... eis o caminho dos lutadores do povo que conheci e que não conheci.

Viva nossa história que, mesmo no seio de uma cruel ditadura (e já marco meu tema da semana que vem), nos oportunizou compositores e canções como essa... E que, principalmente aos que continuam resistindo, que esta canção continue tocando nossos corações, como bem possivelmente Vandré o quis.

Vida Longa!

Marcelo "Russo" Ferreira

P.S.: Aos amigos Alexandre e Ana Maria, que essa nova escola na Venezuela continue construindo as fantásticas pessoas que vocês são.

P.S.2: minhas palavras estão aí, refletindo uma pequena parte de minhas reflexões... Se as utilizar, lembra-se de mim, ok?

4 comentários:

Maria Cláudia Cabral|Aika disse...

Bom texto, só faltou a assinatura do autor.

Anónimo disse...

passando pra desejar um abraço.Marcelo Rodrigues

Anónimo disse...

Oi Pessoal

Gostei muita da proposta do Blog. Textos bons e de qualidade.
Luzz e força.

Roseli Sousa

Anónimo disse...

MANSO
Nunca perdi de cena que nas grandes batalhas pela dignidade humana,reflexões mais justas dos nossos,que se dizem,"pensantes"em nossa sociedade,tivesse sempre um ser bem apaixonado,por um grande amor alimentado com "sangue,suor e lágrimas".
Continua tá valendo.Gostei do teu:"Abreijos"!Pra vc tb.