domingo, 24 de junho de 2007

Síndrome do Fantástico... mudar...

“Se você já me explicou, agora muda de assunto.
Hoje eu sei que mudar dói, mas não mudar dói muito... muito”
(Oswaldo Montenegro)


Uma frase fantástica, anda que a intenção de seu autor tenha, talvez, sido apenas impessoal, meio psicológica, meio subjetiva...
Mas o grande lance desta música de impetuoso Oswaldo Montenegro é o que instiga.
Mudança: o que nos leva a querer mudar? As opiniões dos grandes meios de comunicação (‘bora combinar, esse papo de imprensa imparcial é tremenda balela)? nossas perdas parciais? Namoro, casamento, noivado na porta da igreja... Ou talvez um curso superior que não era o que imaginávamos...
Temos sempre a referência que a mudança é algo absolutamente particular... e, na verdade, na verdade, o grande desafio da humanidade é a mudança (que, aqui, classificaria como transformação) coletiva... e a mudança (transformação) é o grande desafio... e essa, com certeza, dói, mas deve doer muito.
O que nos levaria, o que nos colocaria dispostos a mudar e, principalmente, mudar coletivamente?
Semana passa (aliás, retrasada, pois semana passada não mudei), comentei sobre a nossa infância, sobre as crianças zapatistas e sobre o V Congresso Nacional do MST e, de passagem, a reunião de cerca de 1.000 crianças Sem-terrinha participando deste encontro.
O que elas querem? Ah, sim, elas querem... Por mais que nossos meios de comunicação induzam nossas mentes no sentido de dizer às nossas opiniões (?) que elas são levadas a querer, mas não querem por vontade própria... O que elas querem?
Elas querem um mundo de todos, em que nossos sangues não sejam explorados, em que nossas idéias não sejam exploradas, em que nossos sonhos não sejam explorados... em que nossos homens, mulheres, crianças e idosos, em que nossos trabalhadores e trabalhadoras não sejam exploradores... em que nossa natureza não seja explorada... em que nossos sentimentos não sejam explorados...
Ok... parece discurso de esquerdista perdido no mundo depois da queda no Muro de Berlim... Mas o muro caiu e a pergunta fica: O que nós realmente queremos mudar????
Bom... eu, particularmente, mudei o canal de televisão... Não assistirei ao Fantástico hoje... E tu? Pretendes mudar? Bom, se no início, mudar te fizer, de alguma maneira, doer... hummmm... eu acho que começaste bem...
Minhas mudanças me doem a algum tempo... Mas como é bom tirar a atadura... E isso é fantástico!!!!

Marcelo "Russo" Ferreira

Copyright Marcelo Ferreira. Se for utilizar o texto, dê crédito ao autor.

4 comentários:

Maria Cláudia Cabral|Aika disse...

Mudar dói... mas como é bom mudar, deixar no caminho aquilo que não nos serve mais, os moldes em que não mais cabemos...

Anónimo disse...

Mudar dói e não mudar também. Dói ser chato e dói não ser, dói viver um amor, e dói não vivê-lo, dói lutar e não lutar também dói. Diferentes dores, vindas de diferentes direções, mas o fato é que dóem. E se tudo dói, o que escolhemos então ?! Mudar... coletiva ou individualmente.. mudar... é possível não fazê-lo ?!
@>--'--

E aproveitando a preferência do autor, uma música de mudanças...
"Faça uma lista dos velhos amigos, quem você mais via a dez anos atrás, quantos você ainda vê todo dia, quantos você já nem encontra mais. Faça uma lista dos sonhos que tinha..." (Oswaldo Montenegro)

Educação, Civilidade e Cidadania disse...

Russo, Parabéns! Coincidentemente esse foi o tema da reunião semanal de nossa equipe de trabalho. Como é bom perceber que a dor que nos causa uma mudança é passageira e que sentiremo-nos revigorados ao trilhar novos rumos, destinos, caminhos...
Sua abordagem foi mesmo fantástica.

Quem escreve disse...

mudanças..que bom que existem pessoas que se incomodam com o mundo como esta organizado hoje e, além de pensar, iniciam algumas mudanças...
mudanças doem? bueno, o "maresmo" e o ignorar que o mundo precisa ser mudado doi mais ainda na minha opinião.
gostei muito do texto, linkei o site no meu blog., ok?

www.jeannelina.blogspot.com

Abraço Marcelo