O inglês Alan Moore, um dos mais virtuosos autores de quadrinhos de todos os tempos, é conhecido pelo seu visual cavernoso, hábitos estranhos e uma capacidade incrível de produzir obras primas. Entre seus trabalhos estão: Watchmen – talvez o melhor quadrinho já feito sobre super-heróis até hoje - V de Vingança - adaptado para o cinema pelos irmãos Wachowski contra a sua vontade e a fase áurea da série O Monstro do Pântano, em que aparece pela primeira vez o personagem John Constantine. A mais nova empreitada do autor é Lost Girls, obra polêmica ilustrada por sua mulher, Melinda Gebbie.
Lost Girls narra o encontro de três personagens célebres da literatura infantil às vésperas da Primeira Guerra Mundial para contarem suas aventurais sexuais da juventude. São elas Wendy de Peter Pan, Dorothy de O Mágico de Oz e Alice de Alice no País das Maravilhas. Daí, dá pra imaginar no vespeiro em que Moore se meteu. O Great Ormond Street Hospital, detentor dos direitos autorais de Peter Pan, acusou o autor de uso indevido da imagem de Wendy, o que resultou na proibição da obra no Reino Unido. Os grupos de direita e organizações conservadoras também torcem o nariz para o autor.
Nos EUA, Lost Girls foi publicado pela editora Top Shelf em duas reimpressões de 10.000 cópias, que se esgotaram rapidamente. No Reino Unido, a editora conseguiu permissão para publicar Lost Girls, mas, para isso, teve que negociar com o Ormond Hospital argumentando que uma batalha judicial seria danosa para as duas partes. A Top Shelf também pagou um valor não revelado para a instituição para a publicação da obra no Reino Unido, conforme determinação do parlamento britânico.No Brasil, a editora Devir adquiriu os direitos de publicação de Lost Girls, que deverá aparecer por aqui em 2007 em três edições: uma em março, uma em junho e uma em setembro.
Com Lost Girls, Moore mostra mais uma vez sua capacidade (e prazer) em incomodar os conservadores e a grande indústria. Criar pornografia (o autor faz questão de chamar Lost Girls de pornográfica) com ícones do imaginário infantil é uma manobra arriscada. Ao fazê-lo, Moore teve a consciência de sua influência e prestígio no mundo dos quadrinhos, o que por si só já garante a difusão da obra para além do cenário underground. Além isso, fazer um trabalho erótico tendo como ilustradora a própria esposa é, no mínimo, excêntrico. Agora é só esperar.
Para quem estiver com pressa, aqui vai o torrent de Lost Girls:
http://tp.searching.com/details/106178/Lost+Girls(Adult).torrent?id=106178¬hing=Lost+Girls(Adult).torrent
César Henrique Guazelli
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3 comentários:
César, seu texto é escorreito e fluído, o tema escolhido não poderia ter sido melhor. Sinto, no entanto, que o último parágrafo não precisava estar ali. Ele é algo provinciano e denuncia o conservadorismo do autor.
Nossa... não acredito. Tem gente que perde tempo nos lendo?
Claro seu louco!!!
Nós somos um fenômeno! hehehehehe
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