segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Ares de Cinema – Respiração visual: Um relato sobre A Mostra SP de Cinema

Nada mais extasiante do que inaugurar uma revista eletrônica como a Arca Mundo com um relato bastante emocional e imprevisível sobre uma Mostra tão importante como a de São Paulo. Fato é que, infelizmente, só temos acesso a produções do mundo todo em festivais de cinema como esse, o que acaba colocando uma infinidade de filmes no já malfadado gueto dos filmes de arte, e assim, limitando um contato mais abrangente com o grande público.
Porém são em Mostras como essa que cineastas sem qualquer visibilidade têm a oportunidade de reproduzirem seus trabalhos para um público maior, e em alguns casos até se projetarem para festivais mais pomposos e importantes como os de Cannes, Veneza e Berlim. Por isso, eventos como este, são oportunidades raras pra se garimpar o cinema em busca do que há de mais precioso nele, e isso inclui se submeter a filmes muito ruins, tendo em vista que grande parte da seleção é composta por gente que pela primeira vez fez um longa na vida (e isso na maioria das vezes é sinônimo de algum equívoco).
Em sua 30ª edição, a mostra deste ano traz cerca de 400 filmes entre curtas, médias e longas-metragens, o que torna a tarefa de um simples espectador, uma odisséia dantesca, que começa já quando a programação é liberada - bem antes do início do festival - com a seleção dos filmes que serão vistos e a organização dos horários. Tarefa nada fácil diante desse emaranhado de filmes perdidos em tantas salas que é a Mostra.
Durante pouco mais que uma semana, estarei aqui, tentando traduzir em palavras essa intensa experiência que é ver cerca de 30 filmes nesse tão curto espaço de tempo. Da nova onda do cinema Romeno, aos principais filmes latinos, do sempre bem vindo cinema francês ao fervilhante cenário coreano, dos chineses sempre surpreendentes ao renovado e muito bem vindo cinema português, dos iranianos líricos e (hiper) realistas ao há muito já consolidado cinema italiano. Tailândia, Japão, México, EUA, Suíça, Dinamarca, Austrália e é claro, um tour pelo cinema brasileiro em um de seus anos mais promissores. Farei aqui uma espécie de diário cinéfilo, carregado de sensações, numa espécie de “balaio de gato” do cinema mundial, ou, melhor dizendo, como o mundo anda pensando o cinema e vice-versa.

Rafael C. Parrode
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1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pela Coluna, Didie Parrode!!! Espero ancioso pelas notícias da Amostra SP de Cinema e seus futuros comentários sobre o mundo cinéfilo... abraços!