terça-feira, 7 de novembro de 2006

Seria ótimo! Seria!


Tudo começou numa noite de quarta feira. Noite incrível, aliás! Eu, Eula, Maria Claudia (Arca Mundo), Rafa e Marquinhos (da Comunidade Cinema, Diversão e Arte no Orkut) fomos ao teatro. Assistimos a um monólogo incrível de uma companhia carioca. - A propósito, se algum dia estiverem em qualquer lugar onde esteja em cartaz A Descoberta da América, não percam! É fantástico! - Pois bem, ao final do espetáculo, nos reunimos na casa da Claudinha para beber um bom vinho (um vinho mais complexo, como ela disse) e conversar! Noite agradabilíssima, que se estendeu até a manhã do dia seguinte, com direito a cafezinho e nascer do sol na sacada. É muito interessante como todos temos um voyeur dentro de nós! Vimos o dia nascer observando os transeuntes de seis horas da manhã de um feriado e fazíamos adivinhações e piadinhas: “hummm chegando bêbado a essa hora?” “ A noite foi boa para aqueles dois ali, hein?” (apontávamos pra um casal seminu na sacada do prédio em frente). Conversa vai, conversa vem... surge a idéia mirabolante: Vamos pra Brasília? Olhamos uns pra cara dos outros meio em dúvida do que nosso teor alcólico nos levaria a decidir... mais do que depressa, respondemos: Seria ótimo! Seria! Só não fomos no mesmo dia, porque estávamos sem dormir e não sobreviveríamos à viagem. Mas não seja por isso, amigos empolgados sempre dão um jeito. E marcamos a aventura para o sábado.
Na sexta feira, as mocinhas se encarregaram de dormir na casa da Claudinha. Ah! Nota: As mulheres são sempre mais animadas! Quase todos os homens convidados recusaram ou desistiram da viagem! Sobrou o guerreiro “bendito é o fruto” Marquinhos. (Isso porque a Claudinha não contou pra ele que os outros exemplares masculinos não iriam. Talvez se ele soubesse, desistisse também. Êta machaiada desanimada sô!). Enfim... nos reunimos na casa da Claudinha e, aproveitando a discussão da guerra dos sexos, fomos ver Sex and The City! Os episódios trariam mil discussões pra a minha vida, mas isso já é tema pra outra pauta de umas três laudas.
No dia seguinte, saiu o bonde pra Brasília. Detalhe: O Floquinho foi com a gente. Leia-se: Floquinho = cachorro da Claudinha. Camila = alergia de cachorro. Tive que adaptar meu nariz a uma maratona de espirros sem precedentes. Mas coitado do Floquinho, ele também não tinha culpa... No caminho fomos contando as loucuras de amor que já vivemos. É uma pena que eu tenha dormido durante toda a história da Claudinha em Paris, parecia interessante! Chegamos à Capital Federal! Mortos de fome, claro. Almoçamos num lugar fantástico de comidas orgânicas e naturais chamado Naturetto (sim, a Arca Mundo faz propaganda gratuita de todas as coisas que gostamos!) Talvez isso servisse de inspiração para a Eula, que é responsável pela nossa editoria de Meio Ambiente, mas nunca havia escrito uma pauta sequer! (Acho que deu certo. Tem texto dela nessa edição!) As coisas mais legais de lá, além da comida, claro (torta de ricota, beterraba ao molho de mamão, queijo de búfala, suco de manga com limão, chopp de vinho...), é a geladeira amarela estilo Família Dinossauro com pingüins em cima e a Junkie Box iluminada que toca discos de vinil! O máximo!
Depois do almoço interminável, fomos fazer um tour pela cidade e seguimos ao nosso destino: o Clube de Tênis, um dos lugares da cidade onde acontecia o Festival Internacional de Cinema de Brasília – FIC. Lugar muito bonito, bem decorado, com um café aconchegante e sofás macios. Assistimos a três curtas brasilienses, dos quais não gostamos muito, uma exceção foi Sob o Encanto da Luz (ou algum nome parecido com isso) que foi filmado na Chapada dos Veadeiros, a maior parte embaixo d´água. Tem uma fotografia muito boa e a edição foi muito bem feita!
Depois disso, o ponto alto da nossa viagem: o filme canadense Crazy – Loucos de Amor! Obra maravilhosa que trata da homossexualidade de forma sutil, delicada, bonita, sem ser apelativo, sem ser forçado. Com uma história envolvente, que traz pitadas de humor, que fala de relações, de amores, de família. Saímos todos encantados com o filme. Eu fiquei um pouco em estado de graça ao sair da sala de cinema, me emocionei bastante, confesso que até por outros motivos e a culpa é toda do ator principal! Não é um filme que te faz chorar, mas eu não me importo, gosto de chorar em filmes bonitos! É realmente incrível como uma bela obra consegue nos tocar, nos trazer lembranças, saudades, cumplicidade, adoro o cinema por isso! Pra completar, efervescência cultural total nos esperava do lado de fora: a apresentação de um quinteto de instrumentos de sopro; de dança chinesa; de um grupo de teatro e uma exposição de artesanato fecharam com chave de ouro nossa passagem pelo Clube de Tênis.
Decidimos, então, passar a noite em Brasília. Loucos animados, pois, mal tínhamos onde dormir. Nossa salvação foi Edson Sardinha, que gentilmente nos acolheu em sua kitnet. O passeio então, continuou, nossa próxima parada foi num shopping de decoração. A melhor coisa dele não são os móveis, e sim, uma livraria imensa, de dois andares, onde você acha tudo o que quer! As sessões de cinema e de jornalismo são incríveis, por sinal. Depois disso? Comer, é claro! O melhor do jantar foi o suco de caju, abacaxi e laranja... combinação muito boa! Ao final da super refeição já estávamos todos mortos de cansaço, pedindo cama. Pretendíamos passar num bistrô antes de dormir, mas não conseguimos! A parte cômica da viagem: a Eula resolveu despertar depois do banho e não nos deixava dormir. Estávamos as três mocinhas dormindo juntas na sala do Edson, no seu sofá-cama e a Eula simplesmente não nos deixava dormir. Não, não precisamos dormir de conchinha! Muitas risadas depois, desmaiamos. Com a certeza de que o horário de verão ainda nos acordaria uma hora mais cedo que o previsto, que, por sinal, era cinco da manhã!
Cinco da manhã: a boate da Claudinha desperta e ela não! Se não é o “bentido é o fruto” do Marquinhos pra nos acordar, estaríamos dormindo lá até hoje! O bonde de Goiânia saiu. Novamente com o Floquinho a bordo. Detalhe: ele fez xixi dentro do carro na volta! E pela segunda vez na semana, vimos o sol nascer juntos! Sabe, acho que precisamos nos presentear às vezes com a companhia dos amigos num programa diferente, assim. Foi um fim de semana incrível que, como disse a Claudinha, vai ficar na memória e, apesar de clichê, as nossas memórias não têm preço! Me lembrei do meu primeiro editorial: Subvertam sempre! Taí! Vamos subverter o que essa semana?
Camila Pessoa.
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5 comentários:

Anónimo disse...

pois é, fiquei de fora do bonde. to vendo que foi boa e proveitosa a viagem. Agora, dormir de conchinha!!! essa foi hilária, to rindo até agora. to só imaginando a Eula falando isso e rindo. rsrsr. onde o floquinho dormiu ou usaram ele de travesseiro?

Anónimo disse...

O Floquinho dormiu em um hotel de animais.... se ele fosse nosso travesseiro, eu tava espirramdo até agora! :)

Anónimo disse...

Floreta,seu texto ficou lindo! Q saber q nossas vidas inspiram, neh?

Maria Clara Dunck disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Maria Clara Dunck disse...

Adorei esse texto e a narrativa da aventura também! E não poderia deixar de comentar que assisti a essa peça que citou logo no começo "A Descoberta da América"... Simplesmente maravilhosa! Poucas vezes pude ver peças com a qualidade dessa! Fica como desafio achar uma tão boa quanto em outras oportunidades!