domingo, 6 de janeiro de 2008

“Síndrome do Fantástico”... duas histórias, a mesma bandeira...

Ontem não escutei o telefone... Ela ligou, mas o bendito celular estava escondido por entre os almofadões de casa, de modo que não pude escutá-lo tocar. Quando dei retorno, foi uma ajuda que a fez me ligar.

O pneu do carro furado, a “porca” muito apertada e a dificuldade de “desrosquear” para, assim, poder trocar o pneu. Enquanto tentava ligar para mim e/ou outro amigo que morasse próximo (ainda bem que conseguiu), comentou comigo que os carros passavam, buzinavam, falavam alguma bobagem e seguiam... Ninguém (principalmente os que perceberam a sua dificuldade) parou para auxilia-la.

Hoje, no final da manhã, entrei na Internet para baixar minhas mensagens e “encontrei” uma grande e especial amiga de Recife no MSN. Conversamos um tanto assim e ela me falava sobre as pessoas que só pensam em si, que nada fazem além do “próprio umbigo”, mesmo se algo lhe acontecesse bem na sua frente. “Não é problema meu...” diria.

Possivelmente, o pneu do carro dela não era problema de quem passava... Possivelmente, não é problema dele o que fazer sobre o que acontece debaixo do seu nariz...

Por sorte, pelo não acaso, pelo “invisível” de cada pessoa, ela acabou optando por ir ao cinema logo após a troca do pneu; encontrou uma grande amiga que não via havia um tempo e foram comer uma pizza. Por sorte, pelo não acaso de nos encontrarmos no MSN, ficamos teclando cerca de 1 hora e conversamos sobre um monte de outras coisas, de tal modo que ríamos (o tal do “hahahaha” típico da linguagem informacional) e, o que lhe parecia um dia melancólico, transformou-se num dia (ou parte dele) de grande alegria.

Essas duas pessoas, como muitas na minha vida (como poucas neste mundo), são muito especiais e demonstraram, nestes momentos que viveram e partilharam comigo, parte daquilo que vez por outra comento neste espaço: valores.

Já que o tal “espírito” de início de ano continua impregnando as telinhas de nossas TV’s, nossos rádios, os folhetos que distribuem nos sinais e nas calçadas, nas “Missa do Galo”, nas revistas, promoções etc., então, eu cedo: que possamos, neste ano que se inicia, neste dia em que desmontamos a árvore de Natal, pensar em nossos valores: solidariedade, coletividade, de transformação social, soberania e liberdade... e não nos esquecendo que esses e outros valores não são uníssonos. Eles tem lados de trincheira.

Vida Longa...

Marcelo "Russo" Ferreira

Obs.: Se for citar alguma destas palavras esperançosas (criticando ou não), não deixe de me citar, ok...? Nos últimos tempos compreendi o quão longe nossas palavras chegam...

1 comentário:

  1. Anónimo11:53:00

    Ainda faço parte da realidade de nao ter internet em casa. Consumida pelas festejos de fim de ano e pelo descanso do trabalho, muito sono e cama. Volto hoje ao mundo da comunicação e me delicio com as suas reflexões. A possibilidade de colocar a realidade em musica e poesia. Obrigada Marcelo Russo por suas palavras. Abrejos para ti tambem. RE

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